terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"QUE A LUZ ILUMINE A TODOS!"

" QUE A LUZ ILUMINE A TODOS "


Dize-nos o livro proibido de Padre Malagrida, citado pelo Doutor em História da Paraiba pela UPE , o sr. Edval Toscano, que cento e setenta e quatro anos após as origens da Povoação de Nossa Senhora das Neves, a Parahyba teve sua primeira bandeira. Após a morte de D. João V, e, conseqüentemente, o afastamento do grupo de Frei Gaspar da Encarnação, D. José I, filho de Dona Maria Ana, foi aclamado Rei de Portugal, em 7 de setembro de 1750. Entre os novos governantes escolhidos por D. José I, encontrava-se Sebastião José de Carvalho e Melo, nascido na aldeia de Soure, perto de Pombal e Coimbra. Homem de elevada estatura, de temperamento forte, porém de "fino trato", Sebastião José foi nomeado para o cargo de Secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros e de Guerra. E foi como Ministro do Rei D. José I, que Sebastião José iniciou uma guerra implacável contra as missões jesuíticas em Portugal e suas colônias. Por outro lado, político enérgico e tenaz, soube aproveitar as oportunidades para a consecução dos seus objetivos, norteados pelo modelo de um absolutismo que aplicou dentro de uma base ideológica galicana - diz-se da Igreja francesa, de seu ritual e suas leis. Decorridos nove anos de sua atuação como Ministro, Sebastião José conseguiu que D. José I lhe outorgasse o título de Conde de Oeiras, em 15 de julho de 1759. No que se refere ao Brasil, o Conde de Oeiras (que viria a ser Marquês de Pombal em 16 de setembro de 1769) pretendeu melhorar a situação econômica, criando a Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, e a Companhia de Comércio do Monopólio. Todavia, a crise econômica na Paraíba, imposta por esta política de monopólio de exportação e importação, foi tamanha que a Paraíba perdeu o status de Capitania e viu-se incorporada à Capitania de Pernambuco, até 8 de maio de 1780, graças à política administrativa do Conde. Com a criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, em 1759, a Paraíba ganhou sua primeira bandeira: a flâmula tinha fundo branco contendo a figura de um frade dentro de uma estrela amarela e um dístico com os seguintes dizeres: UT LUCEAT OMNIBUS (QUE A LUZ ILUMINE A TODOS). O frade era a representação de Frei Pedro Gonçalves Telmo, padroeiro da Marinha Mercante, cujo nome está ligado aos descobrimentos dos navegadores portugueses. Quando as tempestades acossavam as embarcações que demandavam a Índia ou o Brasil, temerosos, os marinheiros gritavam: “São Telmo! São Telmo!”. Chama-se, por isso, “Fogo de São Telmo” a lanterna de luz azulada que é acesa no topo do mastro-mor dos navios, quando está prestes a desencadear-se uma tormenta. Para o Movimento Bandeira Viva, o notável contraste entre a primeira bandeira e a atual é que, aquela evocava a luz salvadora enquanto que esta representa o enegrecimento, a ocuscuridade que impede a visão, o sentimento tétrico e vazio.

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