Nos rumorosos dias decorrentes da 3ª discussão em torno do Projeto que criava a Bandeira Rubro-negra, iniciados com a manobra ideológica promovida no Teatro Santa Rosa, o Deputado Sr. José Mariz, mandou à mesa da Assembléia Legislativa a redação final do “projeto n.º 6” (Bandeira do Estado).
De posse do “projeto n.º 6”, ainda “denotando emoção” pelos tumultuosos acontecimentos causados pela morte imprevista do presidente João Pessoa, um corajoso Veto do Presidente em exercício, escritor Álvaro Pereira de Carvalho, ecoou no poder legislativo. No dia 24 de setembro de 1930, o Sr. Severino de Lucena, 1º Secretário da Assembléia Legislativa leu o expediente do Presidente que tinha a seguinte redação:
Usando das atribuições que me confere o Art. 2º da Constituição do Estado e,
Considerando que o projeto nº 6 é, em suas linhas gerais, como nas minúcias da sua organização, uma simples criação de partido;
Considerando que a bandeira de qualquer Estado é, antes de tudo, um símbolo de vida normal, uma síntese ideal das aspirações coletivas ou da ambiência em que envolve a alma do povo que a elege;
Considerando que a frase inscrita na bandeira que ele cria não é histórica nem figura no telegrama em que o Presidente João Pessoa negou apoio à candidatura Júlio Prestes;
Considerando que – Négo – , desacompanhado de qualquer explicação, é, por si só, incompreensível e encerra um grito de puro negativismo;
Resolvo vetar este Projeto, devolvendo-o à Assembléia para que se cumpram os dispositivos constitucionais que regem o caso.
João Pessoa, 23 de setembro de 1930.
(a) - ÁLVARO PEREIRA DE CARVALHO.
A nova Bandeira da Paraíba, confeccionada às pressas na noite de 14 de setembro, pela normalista Adamantina Neves e sua tia Jacinta Neves, seria totalmente rubro-negra, com a palavra “NÉGO”, escrita em branco. Era uma flâmula modesta, singela e muito representativa para os pessoenses residentes na Capital, partidaristas. Reproduzia, segundo as senhoras, “o nosso símbolo pelo rubro do sangue de João Pessoa e pelo preto da nossa eterna mágoa, do nosso grande sentimento”. O “projeto n.º 6” é aprovado por todos os deputados, mesmo com o voto contrário do Sr. Deputado Neiva de Figueiredo.
Escassos registros de nossa História assinalam pouquíssimas alterações toponímicas como Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis e outras cidades em homenagens a estadistas. Todas, entretanto, foram impostas de cima para baixo, por mera força de decreto. No caso de “João Pessoa” ocorreu justamente devido a uma “irresistível” manifestação popular verificada apenas na Capital, pouco representando o que a maioria do povo paraibano desejava. O fato é que, hoje se lançar uma enquête nas principais cidades, um número incrível de pessoas não sabem exatamente o porque da Bandeira da Paraíba; pouquíssimos sabem dizer sofregamente o que significa as cores de nossa bandeira.
Usando das atribuições que me confere o Art. 2º da Constituição do Estado e,
Considerando que o projeto nº 6 é, em suas linhas gerais, como nas minúcias da sua organização, uma simples criação de partido;
Considerando que a bandeira de qualquer Estado é, antes de tudo, um símbolo de vida normal, uma síntese ideal das aspirações coletivas ou da ambiência em que envolve a alma do povo que a elege;
Considerando que a frase inscrita na bandeira que ele cria não é histórica nem figura no telegrama em que o Presidente João Pessoa negou apoio à candidatura Júlio Prestes;
Considerando que – Négo – , desacompanhado de qualquer explicação, é, por si só, incompreensível e encerra um grito de puro negativismo;
Resolvo vetar este Projeto, devolvendo-o à Assembléia para que se cumpram os dispositivos constitucionais que regem o caso.
João Pessoa, 23 de setembro de 1930.
(a) - ÁLVARO PEREIRA DE CARVALHO.
A nova Bandeira da Paraíba, confeccionada às pressas na noite de 14 de setembro, pela normalista Adamantina Neves e sua tia Jacinta Neves, seria totalmente rubro-negra, com a palavra “NÉGO”, escrita em branco. Era uma flâmula modesta, singela e muito representativa para os pessoenses residentes na Capital, partidaristas. Reproduzia, segundo as senhoras, “o nosso símbolo pelo rubro do sangue de João Pessoa e pelo preto da nossa eterna mágoa, do nosso grande sentimento”. O “projeto n.º 6” é aprovado por todos os deputados, mesmo com o voto contrário do Sr. Deputado Neiva de Figueiredo.
Escassos registros de nossa História assinalam pouquíssimas alterações toponímicas como Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis e outras cidades em homenagens a estadistas. Todas, entretanto, foram impostas de cima para baixo, por mera força de decreto. No caso de “João Pessoa” ocorreu justamente devido a uma “irresistível” manifestação popular verificada apenas na Capital, pouco representando o que a maioria do povo paraibano desejava. O fato é que, hoje se lançar uma enquête nas principais cidades, um número incrível de pessoas não sabem exatamente o porque da Bandeira da Paraíba; pouquíssimos sabem dizer sofregamente o que significa as cores de nossa bandeira.
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