segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O EXTERMINADOR DE FUTUROS


A vida política do magnânimo herói paraibano, presidente João Pessoa, chega a nos dá repugnação quando estudado nos seus detalhes reveladores. Na época de Joca , como era chamado pelos seus pares, a Paraíba tinha cerca de 75% de analfabetos e muitos dos chamados alfabetizados mau sabiam escrever seu próprio nome. A pobreza, associada a ignorância e desemprego formava o cenário perfeito para ascensão de figuras "patrióticas" do quilate de Joca, ou JP, como queira. Para dar um "empurrãozinho" de ladeira à baixo na sina do pobre, a política fiscal empreendida naqueles dois anos de administração desastrosa fez em 500%, arrasando com produtos e comerciantes (em sua maioria, interioranos). Fardos de algodão foram ditatorialmente confiscados sob os mais absursos pretextos. Bastava um fuxiqueiro de plantão insinuar que determinado produtor não coadunava com as "idéias droguessistas" de Joquinha da Porteira. O que dizer das diversas famílias tradicionais que aos poucos foram migrando para estados como Rio Grande do Norte e Pernambuco, tal a situação de insustentabilidade administrativa do Estado da Paraíba sob a batuta do grão mestre João Pessoa. Quantos funcionários públicos foram sumariamente demitidos sob as mais mesquinhas acusações, todas infundadas, é claro. Como explicar o cofre do Estado esvaziado mesmo com tamanha campanha de arrecadação tributária das porteiras estabelecidas à cada 20km? Não seria grande parte desses recursos captalizados para aquisição de armas e munições para fazer calar a voz dos opositores, ainda que esses tais fossem os próprios irmãos conterrâneos da cidade de Patos, Teixeira e Princesa Isabel? Óbvio que sim.
Essas investidas foram acompanhadas de muitas mortes e derramamento de sangue por todo o Estado, crimes que a polícia fazia questão de não averiguar. Mas é inegável o fato de que tenha se revestido de momentos hilários a exemplo do caminhão carregado de dinamite, missão malograda por causa do descuido dos próprios capangas que sofreram a explosão.
O Exterminador de Futuros continuava a sua incursão pelo Estado não poupando esforços para fazer valer seus intentos, já que não conseguiu ser vice-presidente da República, ninguém poderia sonhar também. Pasmem os senhores! Até aviões equipados com lanças gases estavam preparados para lançar ofensivas sobres as três cidades impenitentes. O futuro tornou-se incerto, pois se a guerra civil matava, o medo expulsava a quem quer que ousasse pensar de forma milimetricamente dispare do que a cartilha mandava.
Não restam dúvidas que um sem número de pessoas queriam pôr um fim nesse episódio nefasto. E isto veio a se confirmar quando o advogado João Dantas, que teve sua vida publicamente exposta à vergonha pública, resolveu ir ao Recife encontrar-se como o Exterminador JP, pensando em acabar com aquele que acabara com sua honra. Deixa que JP, como que programando seus asseclas no Estado para os próximos dias, meses e anos que viriam continuarem com a saga, foi desativado definitivamente do reino dos humanos.
A notícia da desativação do exterminador trouxe revoltas irracionais na Paraíba. Com o estouro da Revolução de 30, a Paraíba que já era pobre virou miserável por ajudar a financiar o levante que contribuiria para o desmantelo do país fazendo subir ao poder Dart Weidder (Getúlio Vargas), pera aí, esse já é outro filme.
Texto: Joilson Assis

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