MOVIMENTO BANDEIRA VIVA POR UMA REPRESENTAÇÃO DIGNA DA VIDA E DA RIQUEZA PARAÍBANA
PROPOSTA PARA RESGATE OU MUDANÇA DO NOME DA CAPITAL E DA BANDEIRA DA PARAÍBA
TEXTO DE
GERALDO G. LEITE
1. Introdução
O nome da Capital da Paraíba, ao longo de sua história, já mudou diversas vezes. Primeiramente, foi Nossa Senhora das Neves, em homenagem à santa do dia em que foi fundada a cidade: 5 de agosto de 1585; em seguida, Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em atenção ao rei da Espanha, D. Filipe II, quando Portugal estava sob o domínio daquele país. Depois, teve o nome de Frederikstadt (Frederica), em homenagem a Frederico Henrique, o Príncipe de Orange, por ocasião da conquista holandesa. Passou a chamar-se Parahyba, em 1º de fevereiro de 1654, no retorno ao domínio português. Finalmente, em 4 de setembro de 1930, passa a ser João Pessoa, como uma homenagem prestada ao Presidente (governador) do Estado.
Além dos diversos nomes que a Paraíba já teve, várias bandeiras foram oficializadas entre os séculos XVII e XIX, cujas configurações se encontram no ANEXO 1.
Segundo os proponentes das mudanças, tanto o nome da capital quanto a mudança da bandeira da Paraíba, estabelecidos em 1930, depois da morte do presidente João Pessoa, foi um pleito de honra do povo da Paraíba ao seu governante.
Mesmo concordando com as homenagens ao Presidente da Paraíba, alguns discordam da forma como elas foram feitas porque, com referência ao nome da Capital, ele é sui generis, por se tratar do nome completo de um homem.
Muita gente ainda resiste à ideia de resgate, ou mudança, do nome da Capital da Paraíba, mas através de uma campanha bem conduzida é possível quebrar essa resistência, pois, afinal de contas, estamos em um país onde há uma tendência generalizada às mudanças, que se perpetuam desde o período da colonização. O próprio País já teve diversas denominações. Várias bandeiras do Brasil já foram oficializadas. A moeda já teve uma infinidade de nomes. A Capital da República já foi sediada em duas regiões: Nordeste e Sudeste, transferindo-se finalmente para o Centro-Oeste.
O mesmo que aconteceu com o País, também acontece em nível das Unidades da Federação. Vale lembrar o quanto de nomes a Paraíba já teve.
Há muita gente dizendo que a Capital da Paraíba já mudou de nome diversas vezes e que é inócuo tentar, mais uma vez, outra mudança, e que em vez disso, dever-se-ia cuidar da assistência social e outros argumentos infindáveis.
É bom que se entenda que não se trata de mudança, mas de resgate do nome da Capital, pela sua maior legitimidade.
É bem provável que o presidente João Pessoa não aceitasse que a Capital da Paraíba tivesse seu nome, pois em duas ocasiões quiseram prestar-lhe homenagens, mas ele se recusou a aceitá-las porque era infenso a atos de agraciamentos, conforme está registrado no livro intitulado: João Pessoa – Uma Biografia, 3ª edição, de Fernando Melo, às páginas 47, 48 e 50.
A maior dificuldade para aceitação do resgate, ou mudança, do nome da Capital, se prende a um simples fato: todo agrupamento humano, para sua autoafirmação, procura eleger alguém que seja considerado como mártir, ou herói, por ter lutado por uma causa, ou por ter realizado, com grandes dificuldades, algo de muito importante. Outro fato de relevância é a resistência a mudanças inerente ao ser humano.
Em nível internacional, na condição de herói, pode-se citar George Washington que conduziu, vitoriosamente, a guerra de secessão dos Estados Unidos.
Em nível nacional, Getúlio Vargas, lutando contra forças internas e externas, procurou defender a autonomia política do Brasil. Além disso, ele cuidou substancialmente da assistência social.
Na Paraíba, João Pessoa é tido como mártir e herói. É mártir porque seu assassinato foi, para muitos, atribuído a causas políticas; e herói por não ter aceitado a indicação do nome de Júlio Prestes de Albuquerque à candidatura da Presidência da República, em sucessão ao presidente Washington Luís. Herói, também, por ter combatido o poder do coronelismo e o banditismo, no interior do Estado.
Ele teve sua atenção voltada para os problemas sociais, que tanto assolavam a Paraíba, naquela época e, por isso, é considerado o Grande Pai.
Essas ações e atitudes do presidente João Pessoa ficaram internalizadas no inconsciente da população, porque foram passadas de geração a geração, e se tornaram como princípios dogmáticos, que devem ser aceitos incondicionalmente, e não podem ser discutidos, ou quebrados. Por tudo isso, João Pessoa é tido como um ídolo para ser reverenciado para sempre.
Nomes para lugares, ou cidades, devem derivar de coisas ligadas, de preferência, à natureza, ou de fatos marcantes que as caracterizem, a exemplo dos Estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, cujas capitais têm os nomes de: Recife, por causa do grande número de arrecifes que lá se verificam; Maceió, pela ocorrência de vários maceiós nas proximidades da capital, e Aracaju (Aracaju, em tupy, significa caju dos papagaios) pela grande quantidade de cajueiros, nas praias próximas à capital sergipana.
Homenagens a personagens ilustres se dão, comumente, através da edificação de monumentos, fundação de museus e nomes de aeroportos.
O presidente John Kennedy, assassinado em Dallas, no Texas, tem um monumento e um museu em sua homenagem, naquela cidade; e o nome do aeroporto de Nova Iorque foi mudado para Aeroporto Internacional John Kennedy.
O presidente Juscelino Kubitschek, morto em um acidente automobilístico, é homenageado também com um memorial, constando de um monumento e um museu, no Eixo Monumental, em Brasília, próximo ao palácio do Governo do Distrito Federal. O nome do aeroporto também foi mudado, passando de Aeroporto Internacional de Brasília para Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.
Quanto ao presidente João Pessoa, que já tem um monumento em sua homenagem, e já se cogita da fundação de um museu com seus pertences, falta ainda o nome do aeroporto da Cidade ser mudado para Aeroporto João Pessoa, a exemplo dos casos citados.
Atualmente, o Movimento Paraíba Capital Parahyba e o Movimento Bandeira Viva propugnam pelo resgate do nome anterior da capital, Parahyba, e da bandeira verde e branca.
Com a possibilidade da volta do antigo nome da Capital bem como da bandeira anterior do Estado, ou mesmo com outra com símbolos representativos do Estado, pretende-se, antes de tudo, eliminar equívocos do passado, pois as mudanças se deram num clima de muita agitação e comoção da sociedade pela morte de João Pessoa, o que resultou numa falta de reflexão para bem delinear as mudanças, livres de paixão e de tendenciosidade.
Com relação à bandeira da Paraíba, muitas críticas são feitas por não terem sido respeitados os princípios e as normas da vexilologia em seu delineamento.
A vexilologia é a ciência que estabelece normas para o delineamento das bandeiras. A heráldica estuda os brasões.
2. Resgate do Nome Anterior da Capital
Parahyba
Justificativas: 1) Parahyba foi o nome da Capital do Estado por quase três séculos; 2) O Estado de São Paulo tem a capital com o mesmo nome do estado, São Paulo. A mesma situação verifica-se para o Estado do Rio de Janeiro, que tem a capital com o nome de Rio de Janeiro; 3) A palavra PARAÍBA provém do tupi: parauyúa, que é uma palavra indígena para designar uma árvore medicinal, com o nome científico de Simaruba parahyba.
3. Mudança com Outros Nomes
São Carlos
Justificativas: 1) São Carlos é o santo do dia 4 de novembro, que é a data em que foi colocada a pedra fundamental que deu origem à Cidade da Parahyba, após um pacto de paz firmado entre o índio Piragibe, cacique dos Tabajaras, e o Ouvidor Martim Leitão; 2) Dois estados têm capitais com nomes de santos: Maranhão, capital São Luís e São Paulo, capital São Paulo; 3) É um nome que provavelmente seria bem aceito, dado o sentimento religioso do povo paraibano pela sua formação cristã.
Costa do Sol
Justificativas: 1) Este nome é bem característico pelo fato de os raios solares, após o alvorecer, atingirem, com referência à América do Sul, primeiramente a costa paraibana; 2) É um nome conhecido dos habitantes da Capital, tendo em vista a criação de um polo turístico que era inicialmente assim denominado; 3) Ele incentivaria o turismo local, por evocar a existência de praias ensolaradas.
4. Jusificativas a favor da Mudança do Nome da
Capital
Dizem que um habitante da Capital ao dizer que é de João Pessoa, quando indagado de onde é, parece querer dizer que “pertence” a uma pessoa e não “ser originário” de um lugar.
Afirmam que não é muito bom personalizar nomes de lugares, porque lugar com nome de gente não prospera.
Qualquer que seja o nome dado à Capital da Paraíba, levando-se em conta que a costa paraibana é o ponto extremo mais oriental das Américas, e é onde o sol nasce primeiro, uma pessoa nascida na Capital poderia ser chamada de Heliopolitano(a), ou Solariano(a).
Em alguns estados do Brasil, os habitantes que nascem nas capitais são identificados por nomes que não são derivados dos nomes destas. Esses nomes provêm, geralmente, de nomes de tribos indígenas. Por exemplo, os nascidos em Natal, capital do Rio Grande do Norte, são chamados potiguares; em Vitória, capital do Espírito Santo, capixabas; na Cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado do Rio de Janeiro, cariocas. Por isso, considerando-se esses exemplos, os paraibanos nascidos na Capital da Paraíba seriam chamados de Heliopolitanos(as) (do grego) em razão da característica marcante da Capital relacionada ao sol; ou solarianos(as) (em português).
A palavra heliopoliano(a) é derivada de Heliópolis, que é a junção das palavras gregas, hélios (sol), e polis (cidade).
Alguns nomes sugeridos para a Capital da Paraíba, como Cabo Branco, Tambaú, Manaíra, etc. não cabem bem, pois
podem causar confusão. O nome da Capital sendo Cabo Branco, que é um referencial geográfico importante da Paraíba, poderia trazer duplo sentido, quando alguém dissesse: “Vou hoje ao Cabo Branco”, podendo se referir, ou ao ponto geográfico, ou à Capital, por isso, os nomes mais adequados, por descartar esse impasse são: Paraíba, São Carlos ou Costa do Sol.
5. Argumentos contra a Mudança do Nome da Capital
Muitas vozes se levantam contra a mudança do nome da Capital. Os argumentos mais comuns são:
i) Vai haver um custo muito alto para a população
porque deverá tirar novos documentos!
Justificativa:
Já houve casos recentes de mudança de nomes de estados e de capitais que não causaram a mudança de documentos pessoais dos habitantes: identidade e registro civil, como aconteceu no Estado de Goiás, que foi desmembrado para criação do Estado de Tocantins. As pessoas que nasceram na parte de Goiás que se tornou Tocantins continuaram com a cidadania goiana e não tiveram que trocar seus documentos, entretanto as pessoas que passaram a nascer no novo Estado de Tocantins, logicamente, têm cidadania tocantinense.
O mesmo fato aconteceu no desmembramento do Estado do Mato Grosso para a criação do Estado do Mato Grosso do Sul.
Quanto à Paraíba, na hipótese de que fosse necessária a renovação de documentos pessoais, mesmo para as pessoas de menor renda, não seria tão catastrófico, pois o custo para tirar esses documentos é bem razoável; pode-se tirá-los até mesmo gratuitamente.
ii) Porque mudar o nome da Capital que tem o nome
João Pessoa há mais de 70 anos?
Justificativa:
O nome Parahyba prevaleceu por quase três séculos, no entanto foi mudado!
iii) Porque gastar tanto com a mudança do nome
da Capital se há prioridades que deve atendidas
especialmente na área da assistência social
(educação, saúde, etc.)?
Justificativa:
O custo com a mudança do nome da Capital não vai chegar às raias da exorbitância, como muitos imaginam, pois o Brasil já tem muitas experiências nesse sentido e que foram exequíveis dentro da normalidade. A mudança não vai, certamente, acarretar prejuízos à assistência social porque nenhum recurso dela vai ser destinado ao processo de mudança do nome da Capital, porque o custo para este fim vai sair, provavelmente, de outras fontes.
iv) Pode trazer confusão, pois o nome do Estado já é
Paraíba!
Justificativa:
Há, no Brasil, capitais que têm os mesmos nomes dos estados: Rio de Janeiro e São Paulo.
v) O nome Paraíba é discriminado em algumas
partes do País, e com o nome Parahyba para a
Capital seria discriminar duplamente!
Justificativa:
A discriminação é inerente à natureza humana. Devemos aceitá-la como ela é. Sigamos em frente.
vi) O nome Paraíba é muito feio, por isso até
mesmo o nome do Estado deve ser mudado!
Justificativa:
É um ponto de vista dos que não valorizam as suas raízes, suas origens.
vii) Voltar o nome Parahyba para a Capital é
retroceder a 1930.
Justificativa:
A volta do nome Parahyba significa o resgate do nome mais representativo para a Capital Paraibana.
6. Bandeira da Paraíba
No ANEXO 2, encontra-se a bandeira da Paraíba, também conhecida como a bandeira rubro-negra ou a bandeira do NEGO. Ela foi oficializada trinta e cinco anos depois da morte do presidente João Pessoa, no período de governo do governador Pedro Moreno Gondim, através do Decreto nº 3.919, de 26 de julho de 1965.
A bandeira da Paraíba foge a todas as normas da vexilologia.
a) Ela tem a palavra “NEGO”
Nenhuma bandeira deve conter palavras ou frases.
Palavras e frases são admitidas, apenas, quando elas são partes
integrantes de um brasão.
Mesmo se fossem permitidas palavras ou frases em
bandeiras, a palavra colocada na bandeira da Paraíba tem sentido vago, porque se trata da primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo negar, que é transitivo direto, e por isso requer um complemento para completar seu sentido. Nego o que? Quem nega, nega alguma coisa! Por causa da falta de um complemento, muita gente indaga: o que a palavra “NEGO”, na bandeira da Paraíba, significa realmente?
b) As cores preta e vermelha se encontram ligadas
Numa bandeira, conforme as convenções da heráldica, uma cor não pode estar ligada ou superposta à outra. As cores devem ser separadas, ou pelo amarelo, ou pelo branco. O amarelo e o branco são definidos, pela heráldica, como metais: ouro e prata, respectivamente.
c) A bandeira da Paraíba não Caracteriza o Estado
Diferentemente de outras bandeiras, os símbolos constantes na bandeira da Paraíba evocam unicamente fatos históricos referentes ao presidente João Pessoa. As cores simbolizam: o vermelho seu sangue derramado, o preto o luto pela sua morte e o branco a paz. A palavra NEGO simboliza sua decisão de não cumprir determinação do Presidente Federal, da época.
Apesar de todos os argumentos, em favor das mudanças,
muitas vozes se levantam, posicionando-se contra.
As bandeiras devem conter símbolos que se refiram às peculiaridades marcantes dos países, dos estados e dos municípios, de preferência as que estejam ligadas à natureza, à economia, aos costumes, as tradições, à religião, ao sentimento de patriotismo, etc.
7. Bandeiras dos Estados do Nordeste
No ANEXO 3, de todas as bandeiras dos Estados do Nordeste, as únicas que evocam somente fatos históricos são a da Paraíba e a da Bahia.
Bandeira do Maranhão: A estrela branca, no canto superior esquerdo do retângulo azul, simboliza o estado como integrante da federação. O azul do retângulo representa o céu. As listras horizontais em três cores representam a fusão racial que deu origem à etnia do país: o vermelho – povo indígena; o branco – povo português e o preto – povo africano.
Bandeira do Piauí: A estrela branca e o retângulo azul têm a mesma simbologia que na bandeira do Maranhão. As cores da bandeira (verde, amarelo, azul e branco) representam a integração do estado ao Brasil. As listras verdes e amarelas representam: o verde a esperança e o amarelo as riquezas minerais do estado. A inscrição dentro do retângulo azul “13 DE MARÇO DE 1823” refere-se à batalha do Jenipapo.
Bandeira do Ceará: No brasão, o farol representa a capital, Fortaleza; a jangada, a pesca; a carnaubeira, o extrativismo vegetal. O verde retrata as matas e o amarelo as riquezas minerais.
Bandeira do Rio Grande do Norte: No brasão, o coqueiro, a carnaubeira, a cana-de-açúcar e o algodão representam os produtos agrícolas principais. O mar evoca a fonte do sal que é um dos principais produtos do estado e a jangada representa a pesca.
Bandeira da Paraíba: Caracteriza-se pelas cores preta e vermelha e pela palavra NEGO. O significado da simbologia das cores e da palavra NEGO foram comentados anteriormente.
Bandeira de Pernambuco: A estrela amarela no retângulo azul representa a capital, Recife. A cruz vermelha evoca a introdução do cristianismo no Brasil, com a primeira missa celebrada em solo brasileiro. A cor azul simboliza a grandeza do céu em Pernambuco e o branco a paz. O amarelo, o verde e o vermelho do arco-íris representam a união de todos os pernambucanos.
Bandeira de Alagoas: A estrela de prata, no alto do escudo, como timbre, tem como significado o hino de Alagoas que define o estado como uma “estrela radiosa que reluz ao sorrir das manhãs...”. O brasão simboliza as primeiras cidades alagoanas: Vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro), Porto Calvo e Penedo. Os ornamentos do brasão simbolizam as riquezas agrícolas do estado: a cana-de-açúcar, as culturas do coqueiro e do algodão. Ainda no brasão, os três peixes tainhas postas em pala, isto é, uma por sobre a outra, representam as três principais e maiores lagoas: a Lagoa Mundaú, a Lagoa Manguaba e a Lagoa de Jequiá para simbolizar uma das maiores riquezas do estado: a pesca.
As cores das faixas, o vermelho, o branco e o azul, simbolizam os ideais da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Bandeira de Sergipe: As cinco estrelas simbolizam os cinco principais rios do estado: Sergipe, Vaza-Barrís, São Francisco, Poxim e Cotinguiba. As cores representam a integração do estado ao Brasil.
Bandeira da Bahia: A bandeira da Bahia tem forte inspiração na bandeira dos Estados Unidos no que diz respeito às cores das listras: vermelho e branco. No canto superior esquerdo, um triângulo branco, que é um símbolo maçônico, repousa sobre um quadrado azul. Esses símbolos recordam a bandeira dos conjurados mineiros. O azul, o vermelho e o branco já tinham sido símbolos dos revoltosos de 1798, na conhecida Revolta dos Alfaiates.
No ANEXO 4, a bandeira anterior da Paraíba é constituída de cinco faixas verdes e quatro faixas brancas que se alternam. Ela ostenta um círculo amarelo, no interior do qual, vislumbra-se um escudo com borda azul, contendo 16 estrelas brancas. No interior do escudo, a data 5 de agosto de 1585 é evidenciada. Acima do escudo vislumbra-se um barrete frígio, símbolo da República, no interior de uma estrela maior.
8. Bandeira Anterior da Paraíba
A bandeira anterior da Paraíba foi extinta pela Lei nº. 553, de 7 de novembro de 1922, por causa de um movimento surgido no Paraná que propugnava pela supressão das bandeiras estaduais. O Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba – IHGP adotou-a para utilização em suas sessões, e por isso questiona-se da possibilidade da bandeira anterior voltar a ser a bandeira da Paraíba.
A bandeira anterior da Paraíba tem apenas uma restrição: ela ostenta um escudo onde se evidencia a data de 5 de agosto de 1585, em vez do brasão do Estado, onde se evidencia também esta data. O brasão do Estado da Paraíba contém símbolos importantes que caracterizam a Paraíba em vários aspectos, notadamente, no que se refere aos aspectos geográficos e à atividade agrícola e pecuária.
No conjunto de bandeiras estaduais, a única que ostenta um escudo em vez de um brasão (ANEXO 4) é a bandeira anterior da Paraíba.
9. Modelos de Bandeiras nas Cores Verde e Branca
No ANEXO 5, seis Modelos de bandeiras nas cores verde e branca são apresentados. Nos Modelos 1, 2 e 3 o escudo da bandeira anterior da Paraíba, no círculo amarelo, foi substituído pelo brasão do Estado, conforme determinação da vexilologia.
10. Metodologia Usada no Delineamento dos
Modelos de Bandeiras
Para obtenção das medidas das larguras de todos os modelos de bandeira, conhecidos os respectivos comprimentos, foram utilizados os Módulos 14 e 20, do Inmetro, para confecção de bandeiras, e a fórmula:
largura = 14xcomprimento:2
Os Modelos 1, 4, 5 e 6 foram delineados com o arcabouço da bandeira anterior. O comprimento de todos os Modelos é de 13 cm e a largura tem 9cm.
Para o Modelo 2 ficou estabelecido que o comprimento do retângulo verde é duas vezes o comprimento do retângulo branco. Como o retângulo branco tem o comprimento de 5cm, resultou para o retângulo verde o comprimento de 10cm. O comprimento total é, portanto, de 15cm. Como o comprimento é de 15cm, a largura ficou com 10,5cm. O círculo amarelo, com o brasão do Estado, ficou sobre o retângulo verde, e sobre o retângulo branco, a configuração do Cruzeiro do Sul. Vale salientar que a configuração do Cruzeiro do Sul encontra-se na bandeira do Brasil e na bandeira do Estado do Paraná.
O Modelo 3 consiste de dois triângulos retângulos opostos e, portanto, com as mesmas medidas; um na cor verde e o outro na cor branca. Considerando-se o triângulo na cor branca com o cateto maior medindo 16cm, que corresponde ao comprimento da bandeira, a largura, que corresponde, ao cateto menor, mede 11,3cm. O círculo amarelo com o brasão se faz presente no triângulo verde e no triângulo branco, a constelação do Cruzeiro do Sul.
Nos Modelos 4, 5 e 6, as dimensões estabelecidas para o retângulo azul, no canto superior esquerdo são 6cm de comprimento e 5cm de largura.
O Modelo 4 tem a configuração do sol, na metade azul claro, e na metade azul escuro, a constelação do Cruzeiro do Sul.
No Modelo 5, uma cruz amarela com uma estrela azul escuro está sobre um retângulo azul claro. As duas hastes da cruz têm as mesmas espessuras que as faixas verdes e brancas da bandeira.
O Modelo 6 ostenta a configuração do mapa da Paraíba na cor amarela, e quatro estrelas brancas em cada canto do retângulo. Vale esclarecer que na bandeira do Estado de São Paulo a configuração do mapa do Brasil se faz presente.
11. Interpretação dos Significados dos Símbolos
e das Cores
O círculo amarelo dos Modelos 1, 2 e 3 simboliza a eternidade que retrata o próprio Estado da Paraíba. O brasão representa o Governo do Estado, constituído pelos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. No brasão, a configuração do sol caracteriza a Capital Paraibana, pelas razões já expostas. As estrelas azuis, contidas na borda branca do escudo, simbolizam a divisão administrativa do Estado em municípios. Acima do escudo destaca-se uma estrela maior, com um círculo no centro, onde se vê um barrete frígio. Essa estrela, em destaque, representa a Capital da Paraíba. A pecuária é retratada através de um rebanho, e o trabalho é representado pela figura de um homem que pastoreia esse rebanho. A agricultura é simbolizada pelas ramagens da cana-de-açúcar e do algodão, os quais representam as culturas tradicionais do Estado. Enfim, vêm-se as duas ramagens presas por um laço formado de uma faixa vermelha, na qual se encontra inscrito: 5 de agosto de 1585, data presumível da fundação da Cidade da Paraíba e da criação do Estado.
Nos Modelos 2, 3 e 4, a constelação do Cruzeiro do Sul caracteriza a Paraíba por ela se situar no hemisfério sul, bem abaixo da linha do equador.
Nos Modelos 4 e 5, o retângulo azul representa o Estado da Paraíba.
No Modelo 5, a cruz amarela simboliza o sentimento religioso do povo paraibano e estrela azul escuro, sobre a cruz, representa a Capital.
No Modelo 6, a representação da Paraíba evidencia-se pela configuração do mapa do Estado no retângulo azul escuro. As estrelas brancas em cada canto do retângulo representam os Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Eclesiástico.
As cores em todos os Modelos simbolizam: o verde, as matas; o amarelo, o sol, a vida, a força, e a energia; o azul, o céu e a justiça; e o branco, a paz. A cruz, no Modelo 5, simboliza a fé religiosa manifestada pelo povo paraibano. A ligação das cores verde e branca, em todos os Modelos, simboliza a união de todos os paraibanos.
12. Conclusão
Quanto à Capital, justifica-se a mudança do nome, tendo em vista que:
1) A mudança do nome da Capital se deu em decorrência de um acontecimento trágico, que está ligado a sangue e luto: o assassinato do Presidente do Estado;
2) É necessário efetuar correções cabíveis tendo em vista os equívocos cometidos nas mudanças que foram feitas;
3) Lugares, ou cidades, com nomes de pessoas, segundo dizem, não prosperam;
4) Nomes para lugares devem derivar de coisas ligadas, de preferência, à natureza, ou a alguma característica marcante;
5) O Artigo 82, da constituição do Estado da Paraíba, dispõe da realização de uma consulta plebiscitária para determinação do nome da Capital; e
6) O presidente João Pessoa nunca aceitou homenagens à sua pessoa, recusando-as em duas ocasiões.
Quanto à bandeira, para se evitarem erros e incoerências, é bom salientar que novos modelos podem ser delineados, contanto que estejam de conformidade com as normas estabelecidas pela heráldica e pela vexilologia.
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