"Princesa poderá ser massacrada, mas não se há de render".
O clima de insustentabilidade político-administrativa da Parahyba sob o comando de João Pessoa no período de 1928/30 teve forte repercussão nas cidades sertanejas de Princesa Isabel e Teixeira (Será que tem haver com os Dantas daquelas bandas?). Na verdade existia um ranço político por parte de Joca que teve na família Dantas seu principal alvo de retaliações. Situação que veio se agravando acentuadamente, isto associado com os deserviços gorvenamentais que tornavam o comércio da cidade de Princesa oneroso ao extremo.
Até que o teixeirense Odilon Nestor*, professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito do Recife, formulou o decreto enviado aos poderes Executivo e Legislativo Federais cujo teor vê-se a seguir:
Decreto nº 1, de 9 de junho de 1930.
Decreta e proclama provisoriamente a independência do Município de Princesa, separado do Estado da Paraíba, e se estabelece a forma pela qual se rege.
A administração provisória do Território de Princesa, instituído por aclamação popular, decreta e proclama a resolução seguinte:
Art.1º - Fica decretada e proclamada, provisoriamente, a independência do município de Princesa, deixando mesme de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado desde 28 de fevereiro do corrente ano.
Art.2º - Passa o Município de Princesa a constituir, com seus limites atuais, um território livre que terá a denominação de Território Livre de Princesa.
Art.3º - O Território de Princesa assim constituído permanece subordinado politicamente ao poder público federal, conforme se acha estabelecido na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil.
Art.4º - Enquanto pelos meios populares não se fizer a organização legal, será o Território regido pela Administração Provisória do mesmo território.
Cidade de Princesa em 9 de junho de 1930.
José Pereira Lima
José Frazão Medeiros Lima
Manuel Rodrigues Sinhô.
Nesse ínterim, Joca das Porteiras, estava pras bandas do Recife tentando se valer do Pacto Interestadual no qual os Estados pactuados poderiam não apenas autorizar em seus territórios forças de outro estado, como também auxiliar com mais tropas somando aquelas. Era um pacto ante-bandidos ou cangaceiros. JP intentava atacar impiedosamente a cidade de Princesa Isabel pela retarguada, com forças vindas do lado do Estado de Pernambuco. Ele, como um excelente midiático, usou a opinião pública a seu favor ostentando brados de indignação contra o "levante de Princesa", uma insurreição descabida que merecia ter uma resposta dura, rápida e sem clemência. A lógica nos permite concluir que se o Presidente de Pernambuco tivesse autorizado a união de forças interestaduais contra o município paraibano, Princesa já teria sido naquele ano varrido do mapa da Paraíba e do Brasil. É verdade que vários setores importantes ali no Recife se articularam para que isso não acontecesse. E Joca teve que tentar assaltar Princesa com as tropas paraibana mesmo, encontrando uma cidade fortemente armada e pronta para tudo o que o destino determinasse, exceto, retroceder. Os cabras da cidade de Princesa foram tão destemidos que não há um simples relato de que Joca tivesse obtido outra coisa senão muitas baixas de suas tropas. Mexe com quem tá queto!
Texto: João B. Nunes
EM NOME DA JUSTIÇA
Bem sabemos que a vida nem sempre é justa para todos. Justiça e injustiça andam juntas nesta vida, é por isso que pedimos a Deus que nos livre do mal. Mas, os fatos de 1929-30 são aberrantes, um verdadeiro insulto a nossa inteligência. Mentiras transformadas em BRADO HERÓICO como foi o NEGO que nunca existiu. Fámílias tradicionais e cidadãos simples foram transformados em bandidos e exterminados pela máquina gornamental. O defunto JP transformado em boneco excitador de massas de manobra. Verteu-se num objeto de culto e veneração para gentis ignóbios. A velha política do café com leite funcionou como justificativa patriotica para matar indiscriminadamente qualquer que ao menos declarasse pensar que podia pensar. Se numa eleição subia ao poder um candidato de São Paula, na seguinte, de Minas Gerais, por que Minas apoio Getúlio sendo ele do Rio Grande do Sul? Essa alternancia teve seu ciclo quebrado a partir de então. Era uma política injusta e prepotente por anular os demais estados brasileiros. Apenas Minas e São Paulo mantinham o poder.
A Revolução de 30 foi algo inútil e absurda, até derrubar Washington Luis e Júlio Prestes legitimamente eleitos dando início a saga de extemínios. Getúlio foi um golpista que não aceitou a sua derrota nas urnas e utilizou o tenentismo, movimento que o próprio João Pessoa combateu quando ministro do Tribunal Superior através de seus julgamentos.
MANIFESTO
MOVIMENTO BANDEIRA VIVA PARA UMA PARAÍBA VIVA
Caros paraibanos e diletos conterrâneos desta linda e abençoada terra. A despeito das motivações que nos impelem à mudança do layout de nossa bandeira reside no fato de ter sido produto de imposição reconhecidamente partidária e unilateral, não unânime. Gostariamos muito que o governador João Pessoa, ou "Joca da Porteira" fosse um grande herói e nunca jamais tivesse de ter cassado o título de 'salvador da Paraíba', como supoem aqueles saudosistas que insistem nesta tese improvável. Pelo contrário, não há nada de que possamos nos orgulhar. Se é que mandar destruir residências de opositores políticos (como no caso da família dos Dantas da cidade de Teixeira-PB, e ordenar a destruição de indefesos cidadãos da cidade de Patos) seja algo do qual possamos nos orgulhar. Em vez de um administrador exemplar temos o registro de um desequilibrado mental, um sanqüinário. É triste o desenrolar dos fatos de 1928 a 30. Desafortunados e moribundos, vítimas crueis de uma guerra insana, de um despropósito irresponsável e prepotente. Se fossemos medir o governo de JP pela obras e ações seria indubitavelmente o pior governo que a Paraíba já conheceu. Como puderam transformá-lo num herói? Herói de verdade foi o incrível João Mattoso Cardoso que, no Forte Santa Catarina, enfrentou várias invasões entre elas os franceses e o terrível ataque holandês que tinha a marinha mais poderosa da época competindo contra os britânicos. João Mottoso, esse sim, morreu defendendo a nossa terra sem nunca fugir. Com arma em punho defendeu até a morte o posto que nunca abandonou. O mesmo não podemos dizer de um "herói" que armou o contigente policial do Estado para perseguir e matar seus irmãos por pendengas particulares, rixas partidárias. Para o Movimento Bandeira Viva este não é o herói que queremos, nem seu sangue representa valor algum para estar espampado em nossa Bandeira forçando-nos a conviver com o luto eterno. Aliás, um luto in memória de alguém que conseguiu com seus feitos abrir feridas ainda hoje difíceis de fechar. Uma pergunta solene se nos impõe: até quando, os cidadãos paraibanos, teremos que conviver com um simbolo do terror e intolerância políticas ostentada em nossa Bandeira? Até quando continuará com esta mortalha rubro-negra sustentando velhas mentiras? Isto é um insulto a inteligencia dos paraibanos!
Diante da riqueza e brio do povo paraibano, do empreendedorismo das novas gerações, eis um simbolo vergonho, triste e inglório. Chega de sangue e luto desfocado, chega de "NEGO"! É hora de dizermos um "SIM" para a construção de uma nova mentalidade que some esforços para fazer nascer uma bandeira viva, altiva como um estandarte real que represente com todas as cores nosso povo, nossa gente.
Texto: Joilson Assis.
CONFUSA SEMÊNTICA
O tema que envolve o "NEGO" da Bandeira da Paraíba é tão mal resolvido que abre espaço para dúbias interpretações. É comum aos que moram noutros estados confundirem 'NEGO' com 'NÊGO', suscitando além do teor negativista contido na bandeira, algum resquício de racismo.
Para o Movimento Bandeira Viva esta palavra é sob todos os aspectos uma marca histórica de incoerência que não podemos aceitar.
UMA TRÁGICA HISTÓRIA
“Se eu desaparecer e não nos virmos mais neste mundo de tristezas e dores pungente, pode você assegurar aos nossos adorados filhos, que sou inocente da morte de João Pessoa (...). A todos os nossos parentes e amigos leais, deve você dar conhecimento destas minhas declarações, caso venha a perecer, como é possível, para que nenhum tenha a mais ligeira sombra de dúvida sobre a minha inocência”.
João Suassuna, deputado federal, pai do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, e ex-governador da Paraíba, foi morto com um tiro pelas costas, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro, em represália pela morte de João Pessoa.
Às 8hs da manhã, quando resolvera voltar ao Hotel Belo Horizonte, onde morava, para pegar uma capa, já que ameaçava chover, acompanhado de Caio Gusmão, perceberam que um estranho os seguia. Em determinado momento ouviu-se o estampido seco e traiçoeiro dos disparos (In Maroja, “Parahyba 1930: A Verdade Omitida”, 2008).
Para o Movimento Bandeira Viva, a atual bandeira da Paraíba tem em suas cores exatamente a conotação que lhe confere a história: um rastro de assassinatos imbecis e uma seqüência de destruição bestializante. Parece-nos mais plausível afirmarmos que o “vermelho” que ocupa espaço na bandeira não simboliza o sangue de Joca – apenas –, mas o sangue de pessoas inocentes, ilustres cidadãos paraibanos que tiveram suas vidas brutalmente desarraigadas da terra dos viventes. O preto, em vez de traduzir o “luto eterno” que já é deprimente ostentar, se identifica mais com a vergonha de esconder nos porões sombrios dos anos 30, tantos crimes que permanecem envoltos no obscurantismo. O “Nego”, por fim, deveria representar a insatisfação de todos os paraibanos, deveria ser um protesto pelos agravos cometidos por pseudos-dirigentes do Estado contra seus próprios pares. Esta é a realidade que acreditamos e defendemos.
João Suassuna, deputado federal, pai do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, e ex-governador da Paraíba, foi morto com um tiro pelas costas, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro, em represália pela morte de João Pessoa.
Às 8hs da manhã, quando resolvera voltar ao Hotel Belo Horizonte, onde morava, para pegar uma capa, já que ameaçava chover, acompanhado de Caio Gusmão, perceberam que um estranho os seguia. Em determinado momento ouviu-se o estampido seco e traiçoeiro dos disparos (In Maroja, “Parahyba 1930: A Verdade Omitida”, 2008).
Para o Movimento Bandeira Viva, a atual bandeira da Paraíba tem em suas cores exatamente a conotação que lhe confere a história: um rastro de assassinatos imbecis e uma seqüência de destruição bestializante. Parece-nos mais plausível afirmarmos que o “vermelho” que ocupa espaço na bandeira não simboliza o sangue de Joca – apenas –, mas o sangue de pessoas inocentes, ilustres cidadãos paraibanos que tiveram suas vidas brutalmente desarraigadas da terra dos viventes. O preto, em vez de traduzir o “luto eterno” que já é deprimente ostentar, se identifica mais com a vergonha de esconder nos porões sombrios dos anos 30, tantos crimes que permanecem envoltos no obscurantismo. O “Nego”, por fim, deveria representar a insatisfação de todos os paraibanos, deveria ser um protesto pelos agravos cometidos por pseudos-dirigentes do Estado contra seus próprios pares. Esta é a realidade que acreditamos e defendemos.
A FÚRIA PESSOISTA: SUGESTÃO HIPNÓTICA
PSICOLOGO JOÃO NUNES
Folheando a excelente obra de Flávio Maroja intitulada “Parahyba 1930: A Verdade Omitida” (Editora Sal da Terra, 2008) confesso que fiquei estarrecido com o registro das imagens de vandalismo e destruição da propriedade pública e privada pelos adeptos de João Pessoa, os “Pessoistas”. Pensei, que dinâmica social poderia incitá-los dessa forma, ou que motivação irracional poderia atuar no inconsciente coletivo tão eficazmente a ponto de proverem tamanha destruição?
As respostas, embora complexas, têm endereço certo: Willian Sargant. Tive contato com ele através de sua obra “Possessão de Mentes”, 2º Volume da Enciclopédia de Psicologia e Psicanálise (Organizado por Jaime Salomão, 1985) ainda quando dava meus primeiros passos na área de Psicologia na conceituada Universidade Estadual da Paraíba.
Em síntese, Sargant fez uma pesquisa com amplo espectro estudando várias culturas da Ásia, África, América Central, América do Norte e Europa para estudar o funcionamento da mente humana quanto ao grau de sugestionabilidade a que poderiam, em determinada situação, ser expostas e responderem passivamente ao que lhes são sugeridos.
Trocando em miúdos: A possibilidade de manipulação de pessoas que detêm o poder político sobre outras, como no caso de políticos e sacerdotes, não somente é real como pode ir além, atingindo um nível de sugestão coletiva onde uma grande massa torna-se um grande poder agindo como se fosse um, sob o comando (a sugestão) de quem manipula.
A motivação irracional não obedece às leis aristotélicas, não se preocupa com conseqüências do por vir. Pelo contrário, o peso moral da consciência individual quando compartilhada com muitas outras pessoas na mesma situação torna-se nada. Se houve transgressão, e daí? Como situar a culpa num levante coletivo?
Foi assim que os pessoistas depredaram as residências dos perrepistas contrários à João Pessoa, destruíram também a Fábrica Confiança, pertencente à Fernando Costa e seguiram ao sabor da sugestão coletiva.
Pessoas de comportamento pacato e ordeiro, sob a sugestão manipuladora se transformaram em seres sanguinários e impiedosos, armados de cacetes promoveram atos que em sã consciência seriam incapazes de fazê-los. Depois da ação da sugestão suas mentes voltaram outra vez à normalidade, eles estavam prontos para a missa do domingo.
Texto: João B Nunes
As respostas, embora complexas, têm endereço certo: Willian Sargant. Tive contato com ele através de sua obra “Possessão de Mentes”, 2º Volume da Enciclopédia de Psicologia e Psicanálise (Organizado por Jaime Salomão, 1985) ainda quando dava meus primeiros passos na área de Psicologia na conceituada Universidade Estadual da Paraíba.
Em síntese, Sargant fez uma pesquisa com amplo espectro estudando várias culturas da Ásia, África, América Central, América do Norte e Europa para estudar o funcionamento da mente humana quanto ao grau de sugestionabilidade a que poderiam, em determinada situação, ser expostas e responderem passivamente ao que lhes são sugeridos.
Trocando em miúdos: A possibilidade de manipulação de pessoas que detêm o poder político sobre outras, como no caso de políticos e sacerdotes, não somente é real como pode ir além, atingindo um nível de sugestão coletiva onde uma grande massa torna-se um grande poder agindo como se fosse um, sob o comando (a sugestão) de quem manipula.
A motivação irracional não obedece às leis aristotélicas, não se preocupa com conseqüências do por vir. Pelo contrário, o peso moral da consciência individual quando compartilhada com muitas outras pessoas na mesma situação torna-se nada. Se houve transgressão, e daí? Como situar a culpa num levante coletivo?
Foi assim que os pessoistas depredaram as residências dos perrepistas contrários à João Pessoa, destruíram também a Fábrica Confiança, pertencente à Fernando Costa e seguiram ao sabor da sugestão coletiva.
Pessoas de comportamento pacato e ordeiro, sob a sugestão manipuladora se transformaram em seres sanguinários e impiedosos, armados de cacetes promoveram atos que em sã consciência seriam incapazes de fazê-los. Depois da ação da sugestão suas mentes voltaram outra vez à normalidade, eles estavam prontos para a missa do domingo.
Texto: João B Nunes
O MOVIMENTO EM NÚMEROS
Nos dias 4,5 e 6 de março de 2008 foi realizada uma pesquisa de opinião pelo Movimento Bandeira Viva nas cidades de Campina Grande (532), Patos (378) e Princesa Isabel (132), perfazendo o total de 1042 entrevistados; entre o que se apurou, temos:
-78% declararam não saber ao certo o significado das cores da Bandeira da Paraíba e nem da frase “NEGO’;
-36% declararam apoio à idéia de mudança em cores mais vibrantes;
-18% se mostraram contrários à idéia de mudança;
-27% não souberam opinar.
A VOX RATIO NEUFRAGADA PELA ONDA FANÁTICA DE 1930
Imediatamente ao fim trágico que ceifou a vida de João Pessoa, os atores políticos da Capital se apressaram em criar um cenário que tinha basicamente duas posições estratégicas: a primeira e fundamental ação, era envidar todos os esforços disponíveis para mudança de foco sobre a causa da morte de Joca. E isso era algo relativamente fácil já que as notícias não se processavam em tempo real como nos dias de hoje. Logo, transformar um fato particular em crime político se processou a partir do que fora divulgado quanto a cena do crime no Recife. Lá os jornais davam uma versão dispare dos jornais daqui. A segunda posição (umbilicalmente ligada à primeira) era transformá-lo numa espécie de Cristo sacrificado, um mártir revolucionário de deixar o coitado do Che Guevara num penoso último lugar na história das revoluções.
Desse ponto da história de 1929/30, incitar a massa popular, circunscrita na Capital, foi uma manobra de sucesso. Naquela época, o instinto falocrático se afirmava na disputa de quem discursava melhor, isso em qualquer lugar! Imagine que tinha oradores que não poupavam dicionário com tantas palavras lustrosas carregadas de uma emoção que fazia as velhinhas chorar e em soluços incontidos declararem guerra até ao Papa se isso estivesse em questão.
Mas eis que surge uma voz perdida no meio da multidão. Era a opinião segura e conscienciosa de um escritor. Naquele momento histórico esta voz não causaria nenhuma ranhura frente ao povo insuflado que respondia de acordo com o movimento da batuta de seus criteriosos maestros que se revezavam propalando honrarias ao defunto JP. A não ser que este dito escritor fosse o presidente da Parahyba que havia assumido o Estado quando da viagem de João ao Recife.
Sim, era o ilustríssimo sr. Álvares de Carvalho que na justificativa de veto ao projeto de número 6 que criava a bandeira NEGO soube discernir com justeza, o verdadeiro intento daqueles que queriam a todo custo imprimir na consciência paraibana uma bandeira produzida pelo partido, cujo layout tinha um plano de fundo inaceitável pelo conteúdo mórbido e sombrio que transmitia.
Não sabemos que preço o corajoso Álvares teve que pagar por ir de encontro a multidão hipnotizada com os assomos discursivos dos tagarelas seguidores de Joca. Tudo que sabemos é que o veto foi derrubado pelos situacionistas e aprovado o projeto da bandeira rubro-negra.
Mas fica o registro de um ato da livre consciência de um homem que viveu a história do seu tempo de forma idônea, e que, pelo sua postura, demonstrando que a causa além de se restringir a Capital não refletia a opinião de todos os paraibanos, portanto, ilegítima.
Desse ponto da história de 1929/30, incitar a massa popular, circunscrita na Capital, foi uma manobra de sucesso. Naquela época, o instinto falocrático se afirmava na disputa de quem discursava melhor, isso em qualquer lugar! Imagine que tinha oradores que não poupavam dicionário com tantas palavras lustrosas carregadas de uma emoção que fazia as velhinhas chorar e em soluços incontidos declararem guerra até ao Papa se isso estivesse em questão.
Mas eis que surge uma voz perdida no meio da multidão. Era a opinião segura e conscienciosa de um escritor. Naquele momento histórico esta voz não causaria nenhuma ranhura frente ao povo insuflado que respondia de acordo com o movimento da batuta de seus criteriosos maestros que se revezavam propalando honrarias ao defunto JP. A não ser que este dito escritor fosse o presidente da Parahyba que havia assumido o Estado quando da viagem de João ao Recife.
Sim, era o ilustríssimo sr. Álvares de Carvalho que na justificativa de veto ao projeto de número 6 que criava a bandeira NEGO soube discernir com justeza, o verdadeiro intento daqueles que queriam a todo custo imprimir na consciência paraibana uma bandeira produzida pelo partido, cujo layout tinha um plano de fundo inaceitável pelo conteúdo mórbido e sombrio que transmitia.
Não sabemos que preço o corajoso Álvares teve que pagar por ir de encontro a multidão hipnotizada com os assomos discursivos dos tagarelas seguidores de Joca. Tudo que sabemos é que o veto foi derrubado pelos situacionistas e aprovado o projeto da bandeira rubro-negra.
Mas fica o registro de um ato da livre consciência de um homem que viveu a história do seu tempo de forma idônea, e que, pelo sua postura, demonstrando que a causa além de se restringir a Capital não refletia a opinião de todos os paraibanos, portanto, ilegítima.
" QUE A LUZ ILUMINE A TODOS "
Dize-nos o livro proibido de Padre Malagrida, citado pelo Doutor em História da Paraiba pela UPE , o sr. Edval Toscano, que cento e setenta e quatro anos após as origens da Povoação de Nossa Senhora das Neves, a Parahyba teve sua primeira bandeira. Após a morte de D. João V, e, conseqüentemente, o afastamento do grupo de Frei Gaspar da Encarnação, D. José I, filho de Dona Maria Ana, foi aclamado Rei de Portugal, em 7 de setembro de 1750. Entre os novos governantes escolhidos por D. José I, encontrava-se Sebastião José de Carvalho e Melo, nascido na aldeia de Soure, perto de Pombal e Coimbra. Homem de elevada estatura, de temperamento forte, porém de "fino trato", Sebastião José foi nomeado para o cargo de Secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros e de Guerra. E foi como Ministro do Rei D. José I, que Sebastião José iniciou uma guerra implacável contra as missões jesuíticas em Portugal e suas colônias. Por outro lado, político enérgico e tenaz, soube aproveitar as oportunidades para a consecução dos seus objetivos, norteados pelo modelo de um absolutismo que aplicou dentro de uma base ideológica galicana - diz-se da Igreja francesa, de seu ritual e suas leis. Decorridos nove anos de sua atuação como Ministro, Sebastião José conseguiu que D. José I lhe outorgasse o título de Conde de Oeiras, em 15 de julho de 1759. No que se refere ao Brasil, o Conde de Oeiras (que viria a ser Marquês de Pombal em 16 de setembro de 1769) pretendeu melhorar a situação econômica, criando a Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, e a Companhia de Comércio do Monopólio. Todavia, a crise econômica na Paraíba, imposta por esta política de monopólio de exportação e importação, foi tamanha que a Paraíba perdeu o status de Capitania e viu-se incorporada à Capitania de Pernambuco, até 8 de maio de 1780, graças à política administrativa do Conde. Com a criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, em 1759, a Paraíba ganhou sua primeira bandeira: a flâmula tinha fundo branco contendo a figura de um frade dentro de uma estrela amarela e um dístico com os seguintes dizeres: UT LUCEAT OMNIBUS (QUE A LUZ ILUMINE A TODOS). O frade era a representação de Frei Pedro Gonçalves Telmo, padroeiro da Marinha Mercante, cujo nome está ligado aos descobrimentos dos navegadores portugueses. Quando as tempestades acossavam as embarcações que demandavam a Índia ou o Brasil, temerosos, os marinheiros gritavam: “São Telmo! São Telmo!”. Chama-se, por isso, “Fogo de São Telmo” a lanterna de luz azulada que é acesa no topo do mastro-mor dos navios, quando está prestes a desencadear-se uma tormenta. Para o Movimento Bandeira Viva, o notável contraste entre a primeira bandeira e a atual é que, aquela evocava a luz salvadora enquanto que esta representa o enegrecimento, a ocuscuridade que impede a visão, o sentimento tétrico e vazio.
A VIAGEM MISTERIOSA DE JOÃO PESSOA AO RECIFE 1930
Depois de criar e aumentar em 500% os impostos de mercadorias vindas do interior do Estado incluindo as exportadas principalmente de Pernambuco, colocando literalmente uma porteira a cada 20km onde se fiscalizava e cobrava esses altos impostos (alguns deles inconstitucionais), “Joca”, ganhou o título honorífico de “João da Porteira”.
Depois de promover o ataque e incêndio da maioria das casas das cidades de Patos e Teixeira, aonde executou vários rivais políticos, investiu maciçamente contra a cidade de Princesa Isabel, sendo derrotado várias vezes pelos defensores que resistiram em defesa dos familiares e munícipes.
Depois, num gesto desleal, provocou o ódio de seus antigos partidários, aqueles que ajudaram a eleger seu tio Epitácio Pessoa. Não dado por satisfeito, ordenou a demissão sob grave acusação de roubo (até hoje não se sabe de quê, exatamente) dezenas de funcionários públicos alimentando o sentimento de revolta entre um sem número de famílias; o ilustre Presidente JP empreendeu a viagem misteriosa ao Recife.
Até aí “tudo bem” (na visão da historia tradicional).
O que é estranho, beirando mesmo o limiar da loucura é João Pessoa ir ao Recife acompanhado apenas de seu motorista; pior, com a popularidade em “alta” – voltagem – anunciar em jornal de circulação estadual tal empreendimento, transmitir oficialmente o cargo a seu vice, sob pretexto de ir comprar armas para municiar a polícia contra seus irmãos paraibanas do interior. Estranho, não? Em plena guerra contra Patos, Teixeira e Princesa Isabel, Joca resolve ir sem nenhum escolta justamente para onde mais tinha inimigo, o Recife. Ou não sabia ele que vários prejudicados pelo Fürer paraibano, famílias inteiras arruinadas foram morar em Recife? Incluindo seus primos que o odiavam tenazmente, sem esquecer da tradicional família dos Queiroz. Para uma viagem simples e perto, precisava passar o cargo para o vice Álvaro de Carvalho? Foi o que ele fez, deixando a Paraíba para trás com suas mazelas, arrebentada, estropiada. Resta-nos saber: POR QUÊ? Estaria o magnânimo presidente da Parahyba fugindo do caos que provocou? E se, qual o plano de nosso herói?
Noticiar no Jornal União sua viagem não serviria para alertar seus inimigos qual um coelho com a perna quebrada levado ao covil de lobos famintos? Até um menino perceberia o perigo iminente a que o Presidente JP estaria exposto. E quanto ao fato de os jornais recifenses colocarem como manchete principal que João Pessoa estaria em Recife com fins amorosos? Ele, na verdade, tinha um envolvimento amoroso com uma cantora lírica para quem havia comprado ali mesmo no Recife uma jóia de grande valor para oferecer a amada. Antes do atentado contra sua vida, teve tempo para ser fotografado adquirindo a tal jóia. Seria uma conspiração? Alguém querendo vê-lo morto e daí a orientação para baixar as guardas em plena crise política no Estado?
Os amantes das armas e da guerra queria tomar o poder na Paraíba, mas necessitavam de um motivo para apregoar suas miseráveis ideologias antedemocráticas. A morte do Governador seria um motivo extremamente desejável.
A Aliança Liberal tinha perdido as eleições, mas não aceitava o resultado. Na época existia o movimento tenentista que criou vida e força com a morte de JP. A Paraíba não tinha voto suficiente para influenciar o pleito da época, de dar vitória a um ou a outro grupo, mas um defunto veio a se tornar um motivo palpável para acusar Washington Luiz e seu substituto Julio Prestes.
Mas fica ainda a questão: com tantas pessoas querendo colocar as mãos no doce sanguinário paraibano, quem o teria aconselhado a fazer tal viagem? Alguém que teria interesse em sua morte ou fuga? João Pessoa parecia brincar com a própria sorte passeando pelas ruas do Recife como se nada estivesse acontecendo, visitando lojas, comprando jóia, caminhando vagarosamente rumo a confeitaria (que os jornais paraibanos se apressaram em publicar que ia tratar de assuntos político-nacional), mas a elite pensante não se reuniria numa cafeteria? Ou eles disputavam o mesmo espaço junto com os casais românticos da época, estranho.
Sua mente parecia ter como única e imediata preocupação as exigências do ser amado. Não da tormenta que assolava a Parahyba deixada para trás, da guerra ferrenha patrocinada por ele ou do sufoco dos produtores com o desajuste da política fiscal e suas terríveis conseqüências para o comércio.
Será que ele pensava ter sido agraciado por Deus com uma blindagem à prova de bala? Ou será que ele fazia parte de alguma seita que pregava o “dom da invisibilidade”?
Até agora historiadores e estoriadores não conseguem decifrar este terrível mistério. A transmissão do cargo dá o que falar ainda hoje, porém, sem respostas satisfatórias. Será que alguém teria adivinhado que João Pessoa não mais voltaria ao Estado? Estes são fatos misteriosos que há 78 anos ninguém conseguiu responder. E você aí, o que diz? Hein?
Mistériooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo.
PARAÍBA : A BANDEIRA VERDE E BRANCA
A primeira bandeira da Paraíba no período republicano foi a “Bandeira Verde e Branca” que vigorou de 1907 a 1922. Mesmo com a promulgação da Constituição de 37 por Getúlio Vargas, passando a vigorar o decreto segundo o qual a bandeira, o hino nacional e as armas nacionais seriam obrigatórios em todo o país sendo expressamente proibidos o uso de quaisquer bandeiras ou símbolos por parte dos Estados, a bandeira verde e branca fora usada na cerimônia de sepultamento de João Pessoa. Note que na sua simplicidade, o layout desta bandeira não faz alusão a nenhum fato traumático nem guarda qualquer relação com demarramento de sangue ou ódio e ressentimento. Pelo contrário, a verde poderia muito bem representar a vitalidade de nossa terra e o branco, a paz. O amarelo central, representando a riqueza de nossa terra, produto do engenho de um povo desbravador.
PROJETO DE Nº 06, UM FIASCO
Originalmente, o Projeto de Lei de Nº 6, trouxe um layout de bandeira rubro-negra idealizado pelo sr. Generino Maciel cuja disposição de cores era dispare da que usamos atualmente. Quais as razões que ensejaram a mudança talvez residisse no fato de que o tema “rubro-negro” não era consensual, daí a hipótese da rejeição do projeto e conseqüentemente o malogro.
Essa hipótese veio a se confirmar com o veto ao projeto pelo executivo e a ordem natural das coisas ganhou nova conotação, já que as senhoras costureiras se apressaram em confeccionar uma bandeira à toque de caixa, pois na madrugada da mesma noite do dia 14 de setembro ela já estava pronta com um novo formato. Os historiadores da época movidos por uma emoção que beirava a fronteira do fanatismo inebriante noticiava que tudo fora feito debaixo de muitos aplausos e com a concordância de todos os paraibanos, esquecendo-se de frisar que os “paraibanos” eram na verdade os partidários de João Pessoa, circunscrito na Capital. Paraibanos do Cariri e do Sertão, muitos dos quais só vieram saber da novidade meses depois. Como é possível em cada residência no Estado da Paraíba se encontrar uma bandeira “rubro-negra” alusiva ao fatídico desfecho que ceifou a vida do ilustre João, tal como foi noticiado e registrando nos discursos inflamados da época? Ou será que a produção de algodão (matéria prima de tecidos) já abalada com a política fiscal legada pelo “saudoso defunto” foi confiscada pelo Estado para suprir essa necessidade de afirmação patriótica? Confeccionar bandeiras sob encomenda para cada residência, mesmo em 1930? Haja bandeiras!!!
Essa hipótese veio a se confirmar com o veto ao projeto pelo executivo e a ordem natural das coisas ganhou nova conotação, já que as senhoras costureiras se apressaram em confeccionar uma bandeira à toque de caixa, pois na madrugada da mesma noite do dia 14 de setembro ela já estava pronta com um novo formato. Os historiadores da época movidos por uma emoção que beirava a fronteira do fanatismo inebriante noticiava que tudo fora feito debaixo de muitos aplausos e com a concordância de todos os paraibanos, esquecendo-se de frisar que os “paraibanos” eram na verdade os partidários de João Pessoa, circunscrito na Capital. Paraibanos do Cariri e do Sertão, muitos dos quais só vieram saber da novidade meses depois. Como é possível em cada residência no Estado da Paraíba se encontrar uma bandeira “rubro-negra” alusiva ao fatídico desfecho que ceifou a vida do ilustre João, tal como foi noticiado e registrando nos discursos inflamados da época? Ou será que a produção de algodão (matéria prima de tecidos) já abalada com a política fiscal legada pelo “saudoso defunto” foi confiscada pelo Estado para suprir essa necessidade de afirmação patriótica? Confeccionar bandeiras sob encomenda para cada residência, mesmo em 1930? Haja bandeiras!!!
A NOVELA EM TORNO DA BANDEIRA DA PARAIBA
Nos rumorosos dias decorrentes da 3ª discussão em torno do Projeto que criava a Bandeira Rubro-negra, iniciados com a manobra ideológica promovida no Teatro Santa Rosa, o Deputado Sr. José Mariz, mandou à mesa da Assembléia Legislativa a redação final do “projeto n.º 6” (Bandeira do Estado).
De posse do “projeto n.º 6”, ainda “denotando emoção” pelos tumultuosos acontecimentos causados pela morte imprevista do presidente João Pessoa, um corajoso Veto do Presidente em exercício, escritor Álvaro Pereira de Carvalho, ecoou no poder legislativo. No dia 24 de setembro de 1930, o Sr. Severino de Lucena, 1º Secretário da Assembléia Legislativa leu o expediente do Presidente que tinha a seguinte redação:
Usando das atribuições que me confere o Art. 2º da Constituição do Estado e,
Considerando que o projeto nº 6 é, em suas linhas gerais, como nas minúcias da sua organização, uma simples criação de partido;
Considerando que a bandeira de qualquer Estado é, antes de tudo, um símbolo de vida normal, uma síntese ideal das aspirações coletivas ou da ambiência em que envolve a alma do povo que a elege;
Considerando que a frase inscrita na bandeira que ele cria não é histórica nem figura no telegrama em que o Presidente João Pessoa negou apoio à candidatura Júlio Prestes;
Considerando que – Négo – , desacompanhado de qualquer explicação, é, por si só, incompreensível e encerra um grito de puro negativismo;
Resolvo vetar este Projeto, devolvendo-o à Assembléia para que se cumpram os dispositivos constitucionais que regem o caso.
João Pessoa, 23 de setembro de 1930.
(a) - ÁLVARO PEREIRA DE CARVALHO.
A nova Bandeira da Paraíba, confeccionada às pressas na noite de 14 de setembro, pela normalista Adamantina Neves e sua tia Jacinta Neves, seria totalmente rubro-negra, com a palavra “NÉGO”, escrita em branco. Era uma flâmula modesta, singela e muito representativa para os pessoenses residentes na Capital, partidaristas. Reproduzia, segundo as senhoras, “o nosso símbolo pelo rubro do sangue de João Pessoa e pelo preto da nossa eterna mágoa, do nosso grande sentimento”. O “projeto n.º 6” é aprovado por todos os deputados, mesmo com o voto contrário do Sr. Deputado Neiva de Figueiredo.
Escassos registros de nossa História assinalam pouquíssimas alterações toponímicas como Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis e outras cidades em homenagens a estadistas. Todas, entretanto, foram impostas de cima para baixo, por mera força de decreto. No caso de “João Pessoa” ocorreu justamente devido a uma “irresistível” manifestação popular verificada apenas na Capital, pouco representando o que a maioria do povo paraibano desejava. O fato é que, hoje se lançar uma enquête nas principais cidades, um número incrível de pessoas não sabem exatamente o porquê da Bandeira da Paraíba; pouquíssimos sabem dizer sofregamente o que significa as cores de nossa bandeira.
Usando das atribuições que me confere o Art. 2º da Constituição do Estado e,
Considerando que o projeto nº 6 é, em suas linhas gerais, como nas minúcias da sua organização, uma simples criação de partido;
Considerando que a bandeira de qualquer Estado é, antes de tudo, um símbolo de vida normal, uma síntese ideal das aspirações coletivas ou da ambiência em que envolve a alma do povo que a elege;
Considerando que a frase inscrita na bandeira que ele cria não é histórica nem figura no telegrama em que o Presidente João Pessoa negou apoio à candidatura Júlio Prestes;
Considerando que – Négo – , desacompanhado de qualquer explicação, é, por si só, incompreensível e encerra um grito de puro negativismo;
Resolvo vetar este Projeto, devolvendo-o à Assembléia para que se cumpram os dispositivos constitucionais que regem o caso.
João Pessoa, 23 de setembro de 1930.
(a) - ÁLVARO PEREIRA DE CARVALHO.
A nova Bandeira da Paraíba, confeccionada às pressas na noite de 14 de setembro, pela normalista Adamantina Neves e sua tia Jacinta Neves, seria totalmente rubro-negra, com a palavra “NÉGO”, escrita em branco. Era uma flâmula modesta, singela e muito representativa para os pessoenses residentes na Capital, partidaristas. Reproduzia, segundo as senhoras, “o nosso símbolo pelo rubro do sangue de João Pessoa e pelo preto da nossa eterna mágoa, do nosso grande sentimento”. O “projeto n.º 6” é aprovado por todos os deputados, mesmo com o voto contrário do Sr. Deputado Neiva de Figueiredo.
Escassos registros de nossa História assinalam pouquíssimas alterações toponímicas como Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis e outras cidades em homenagens a estadistas. Todas, entretanto, foram impostas de cima para baixo, por mera força de decreto. No caso de “João Pessoa” ocorreu justamente devido a uma “irresistível” manifestação popular verificada apenas na Capital, pouco representando o que a maioria do povo paraibano desejava. O fato é que, hoje se lançar uma enquête nas principais cidades, um número incrível de pessoas não sabem exatamente o porquê da Bandeira da Paraíba; pouquíssimos sabem dizer sofregamente o que significa as cores de nossa bandeira.
FALOU JOÃO ...
Estava certíssimo o nobre Vice-Presidente da Parahyba, o sr. Áuvaro Pereira de Carvalho ao dizer em sua justificativa de veto ao Projeto Nº6 que criou a Bandeira da Paraiba, que as cores guardam relação com um sentimento de luto eterno e o "Nego" é brado que nunca fora dito por João Pessoa. E mesmo que ele tivesse proferido tal palavra é pordemais negativista, portanto, inaceitável.
PONTOS SALIENTES DA VIDA DE JOÃO PESSOA
Presidente João Pessoa e sua bandeira sangrenta:
-João Pessoa:herói ou assassino? A polícia, a seu serviço, caçava e matava qualquer que declarasse votar em Getúlio Vargas (método espúrio documentado num telegrama da época autorizando oficiais atos impiedosos).
-João Pessoa: Algum parentesco com Lampião? Mandou que a cidade de Patos fosse atacada. Resultado? A maioria das casas foi incendiada. O que dizer da cidade de Teixeira? Foi atacada pela mesma turba que destruiu várias propriedades sem que a população oferecesse nenhum tipo de resistência.
-João Pessoa: Administrador exemplar? Em menos de dois anos de administração ele teve a proeza de colocar a Capital contra o interior do Estado. Para ele, os interioranos não passavam de cangaceiros.
-João Pessoa:Amado dos paraibanos. Será? Zé Pereira, da cidade de Princesa Isabel, foi uma das peças fundamentais na eleição do grande governador Epitácio Pessoa. Todos os amigos do Presidente Epitácio, residentes no interior se tornaram opositores de João Pessoa.
-João Pessoa: Como Oficial, exímio manipulador. Documentos o descrevem como desbocado e manipulador. Alguém com sérios problemas de ajustamento social, era na verdade, um sóciopata que forjava acusações contra seus comandados e os transferia ao ser bel prazer. Uma de suas vítimas foi o seu consangüíneo João Pessoa de Queiroz, que teve publicado no Jornal da União seríssimas acusações. Sem fundamentos, é claro.
-João Pessoa:herói ou assassino? A polícia, a seu serviço, caçava e matava qualquer que declarasse votar em Getúlio Vargas (método espúrio documentado num telegrama da época autorizando oficiais atos impiedosos).
-João Pessoa: Algum parentesco com Lampião? Mandou que a cidade de Patos fosse atacada. Resultado? A maioria das casas foi incendiada. O que dizer da cidade de Teixeira? Foi atacada pela mesma turba que destruiu várias propriedades sem que a população oferecesse nenhum tipo de resistência.
-João Pessoa: Administrador exemplar? Em menos de dois anos de administração ele teve a proeza de colocar a Capital contra o interior do Estado. Para ele, os interioranos não passavam de cangaceiros.
-João Pessoa:Amado dos paraibanos. Será? Zé Pereira, da cidade de Princesa Isabel, foi uma das peças fundamentais na eleição do grande governador Epitácio Pessoa. Todos os amigos do Presidente Epitácio, residentes no interior se tornaram opositores de João Pessoa.
-João Pessoa: Como Oficial, exímio manipulador. Documentos o descrevem como desbocado e manipulador. Alguém com sérios problemas de ajustamento social, era na verdade, um sóciopata que forjava acusações contra seus comandados e os transferia ao ser bel prazer. Uma de suas vítimas foi o seu consangüíneo João Pessoa de Queiroz, que teve publicado no Jornal da União seríssimas acusações. Sem fundamentos, é claro.
Algumas evidências científicas sugerem que a luz de diversas cores, que entra pelos olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções. Cada um de nós responde à cor de uma forma particular. As pessoas tendem também a ser atraídas por certas cores, em virtude de alguns fatores determinantes. Sua escolha pode estar baseada em seu tipo de personalidade, nas condições circunstanciais de sua vida ou em seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes. As pessoas não escolhem necessariamente uma cor porque ela é boa para si próprias, mas porque gostam da cor, mesmo que esta possa ser contrária às suas necessidades.Existem muitos testes psicológicos,que foram desenvolvidos para nos ajudar a conhecer mais sobre nós próprios, por meio do poder da cor. A atração forte de uma pessoa pelo vermelho indica o tipo de personalidade afirmativo e extrovertido, de alguém que tem vontade firme, enquanto a aversão a essa cor sugere um indivíduo tímido e provavelmente isolado da sociedade. As cores têm influências em nossos componentes físico, mental e emocional.
Cores podem ser analisadas sob diversos prismas. O sentido que a cor azul tem na cromoterapia pode não ter quando estudada por especialistas de outras áreas, decoradores de ambientes e designers, de maneira que os sentidos são amplos e complexos. No que diz respeito às cores da Bandeira da Paraíba parece haver em elo de ligação muito forte com a origem que as definiu. O rubro-negro da bandeira com a frase “NEGO” parece ser estigmatizante. Funcionando como uma marca que não comunica nada além de um “pesar fúnebre”, portanto, identificada eternamente com a morte, com o luto “sem fim”. Poderíamos acrescentar um outro comentário a esse ponto: uma cor preta que se opõem a luz, e a luz traz em todos os sentidos a verdade, a clareza, a renovação. Quanto a palavra “NEGO” somado ao conjunto que forma o retângulo da Bandeira, parece traduzir um todo fechado, eivado de antagonismos convidativo a um desentendimento perpétuo, a uma negativização ideológica presa a um passado sem brio, desconhecido para a maioria dos paraibanos.
Texto: João Batista Nunes - Psicólogo
Cores podem ser analisadas sob diversos prismas. O sentido que a cor azul tem na cromoterapia pode não ter quando estudada por especialistas de outras áreas, decoradores de ambientes e designers, de maneira que os sentidos são amplos e complexos. No que diz respeito às cores da Bandeira da Paraíba parece haver em elo de ligação muito forte com a origem que as definiu. O rubro-negro da bandeira com a frase “NEGO” parece ser estigmatizante. Funcionando como uma marca que não comunica nada além de um “pesar fúnebre”, portanto, identificada eternamente com a morte, com o luto “sem fim”. Poderíamos acrescentar um outro comentário a esse ponto: uma cor preta que se opõem a luz, e a luz traz em todos os sentidos a verdade, a clareza, a renovação. Quanto a palavra “NEGO” somado ao conjunto que forma o retângulo da Bandeira, parece traduzir um todo fechado, eivado de antagonismos convidativo a um desentendimento perpétuo, a uma negativização ideológica presa a um passado sem brio, desconhecido para a maioria dos paraibanos.
Texto: João Batista Nunes - Psicólogo
POSTULADOS DO MOVIMANTO BANDEIRA VIVA
JOILSON.ASSIS10@GMAIL.COM
Inicialmente, faz-se necessário um questionamento: Por que a bandeira da Paraíba deve mudar? Essa pergunta é o ponto de partida para lançarmos o postulado cujos pontos serão amplamente defendidos neste espaço, a saber: 1) Porque não representa a Paraíba nem os paraibanos, mas apenas um cidadão num dos momentos mais obscuro e triste da história, passado há muito tempo; 2) o Presidente João Pessoa, ator principal dessa peça encenada num cenário coronelista, nunca foi herói paraibano, nunca fez nada que justificasse tamanha honra e glória de ter uma capital com seu nome e uma bandeira com seu "sangue e luto" eternos; 3) Tudo começa com a construção ideológica que envolveu a suposta palavra "NEGO", que nunca existiu, tanto é que não existe documento algum que prove a autenticidade declaratória desse triste BRADO. O que a história tradicional relata como sendo o "brado heróico" é, na verdade, uma manobra interesseira de cunho estritamente político-partidário; 4) Registros documentais da época (1930) deixam claro que havia um desequilíbrio mental no senhor João Pessoa, razão de tantos disparates envolvendo sua história política e social de deixar perplexos qualquer que os examinar. Por exemplo, uma declaração do senhor Joaquim Pessoa, portanto, irmão de João Pessoa, corrobora essa afirmativa. "Ele é louco e desequilibrado" (Fonte: Parbahyba, 1930 - a verdade omitida, autor: Flávio Eduardo Maroja. Editora Sal da Terra, ano 2008). Essa fonte é altamente recomendada àqueles que desejam aclarar essa obscuridade histórica; 5) O suposto herói, ou digamos, o "fürer paraibano" João Pessoa foi quem comandou uma verdadeira batalha contra seus opositores políticos. O ranço não se limitava a trocas de acusações, mas sim a uma política de execução sumária. Ele, utilizando-se de mão de obra gratuita (os presos mais odientos de então) soltos, sob promessa de que se exterminassem os desafetos alistados para morrer ganhariam total liberdade. O que foi seguido à risca pelos sequiosos por sangue. As vítimas mais ilustres eram as famílias tradicionais como os Dantas e os Pereiras, as cidades assoladas foram Patos (Totalmente incendiada pelas tropas de seu João Pessoa) e Teixeira (Que na surdina da noite, quando todos dormiam, foi atacada impiedosamente. Seus habitantes surrados, torturados e mortos). Que HERÓI temos nós!!! E que lição de orgulho podemos ostentar em nossa bandeira?; 6) Se a história tradicional elege heróis para torná-los memoráveis através dos símbolos do Estado, pode alguém que não seja movido pela emoção ou laço familiar elencar os tais feitos heróicos do senhor JP?; 7) A Bandeira da Paraíba é única do gênero. Em toda a Federação não há bandeira que inspire ares de negativismo, atraso, pesar melancólico e desordem estética como esta. O injustificável "NEGO" é simbolo de fixação ao velho, mordaças psicológicas que prendem e oprimem rechaçando toda tentativa de mudança. Se o tal "NEGO" dá Bandeira da Paraíba fosse em razão das lutas sangrentas das ligas camponesas contra o sistema oligárquico opressor que tinha nos coronés seu principal agente teriamos orgulho em ostentá-la; 8) A Bandeira da Paraíba realça, em suas cores, apenas o lado miserável do Estado, em sua história, apenas o lado subserciente da pobreza. Em suas cores lhe falta a vivacidade e orgulho do povo paraibano, a coragem do homem do campo, do sertanejo forte, o empreendedorismo de uma gente que faz. Cadê a representação de nossas riquezas e glórias? Não as vemos simplesmente por causa de uma ideologia vencida que insiste em viver nos novos tempos com os pés no passado sombrio; 9) Depois de escradrinhada a vida pública de JP não se encontra nenhum ponto digno dessa honraria, nada relevante ao ponto de torná-lo o eterno representante do povo paraibano. É como se - seguindo esses mesmos critérios - , escolhessemos Lampião para ser o "representante vitálicio dos salvadores do Nordeste". Num de seus atos administrativos mais célebre da história de sua regencia política , ele simplesmente, movido por querelas pessoais, baixou decreto criando novos impostos para somar aos já existentes sufocando a produção interiorana; cometeu arbitrariedades de todo gênero, saltou pressos e os pôs a seu serviço; 10) Por fim, a atual Bandeira ocupa lugar indevido no mastro. Primeiro porque não houve consulta pública, o povo foi excluido desse processo; segundo, porque houve interesse determinado ao ponto de mesmo diante da rejeição desse atual modelo pelos legisladores opinando pelo veto ao projeto, mesmo o sr. Govenandor Álvaro de Carvalho também se opor a mudança, foi vencido pelos asseclas fundamentalistas do finado João Pessoa, cassaram o veto e aprovaram a bandeira rubro-negra e seu "NEGO".
1930 um periodo de arrancar os cabelos de raiva !
PARAIBA PRESA A CONFLITOS PRÉ HISTORICOS, A INTERESSES PESSOAIS E DE GRUPOS DE POLITICOS E FAMILIAS.
Deixando tudo muito bem claro, queremos reafirmar o nosso objetivo. Temos o objetivo de libertar a Paraíba e a sua bandeira de um passado sombrio e triste que deveria ser esquecido , sendo lembrado apenas em alguns nomes de praças etc. A nossa luta não é contra famílias e nomes do passado apenas não achamos digno e honroso representar um Estado E TODAS AS PESSOAS QUE TEMOS , AS NOSSAS RIQUEZAS utilizando um momento triste , sem brilho nem lucro algum como é este passado estampado em nossa bandeira.
O governador João Pessoa foi alguém que teve a sua importância na história da Paraíba, MAS NÃO É A PARAIBA COMO ALGUNS O FIZERAM SER. É UM TREMENDO INSULTO AS PESSOAS PREJUDICADAS E MORTAS NO GOVERNO DE JOÃO PESSOA A EXALTAÇÃO, A QUASE DIVINIFICAÇÃO DESTA PESSOA EM NOSSO ESTADO.
O PERIODO DE 1929 A 1930 FOI DE EXTREMA PODRIDÃO POLÍTICA E MANOBRAS DE MASSAS PROL ELEIÇÕES, REVOLUÇÕES ETC. TUDO MOVIDO PELO INTERESSE DE ALGUINS. Se este período da história fosse de grande prosperidade e crescimento teríamos o que dizer positivamente mas este período foi de fomes, fracassos , mortes e sede de sangue e poder . Afinal Getulio Vargas o grande beneficiado da revolução de trinta tomou o poder pelas armas e não houve por parte dele governo extraordinário. A revolução de trinta foi boa para ele.
Agora, pensando sobre João pessoa e a história da Paraíba encontramos uma verdadeira bagunça e rixas familiares aonde os pobres eram apenas bucha de canhões. Tudo era feito em nome do povo e dos pobres, mas na verdade os benefícios corriam como água apenas para alguns privilegiados. A família de João pessoa começando de seus irmãos até primos eram de ferrenha rixa contra ele e alguns até o acusavam de loucos, mas ao saber da morte do ilustre presidente da Paraíba estes que o denominavam de louco correram a frente de batalhões de polícia e invadiram casas em “ busca de provas “ e com estas provas segundo João Pessoa de Queiroz PRIMO DO PRESIDENTE JOÃO PESSOA e inimigo dele eram arrastadas jóias e bens .As opiniões de João Pessoa de Queiroz SÃO MUITO FORTE E DEMOSTRAM UM CARATER DIFERENTE DAQUILO QUE QUISERAM PASSAR PARA NÓS COMO HEROISMO. Vamos ler agora a carta de João Pessoa de Queiros e suas indagações acerca do heroísmo de João pessoa seu primo.
FONTE DA CARTA
LIVRO DE Eduardo Maroja o fubá
NOME DO LIVRO: 1930 A VERDADE OMITIDA
OBS.: Um ótimo livro, um ótimo relato acerca da história da Paraíba.
Parabenizamos o autor deste livro por estes importantes relatos históricos.
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O que você achou desta carta feita pelo primo de João pessoa ?
REVOLUÇÃO DE TRINTA UMA DITADURA DEMOCRÁTICA ?
MOVIMENTO BANDEIRA VIVA POR UMA REPRESENTAÇÃO DIGNA DA VIDA E DA RIQUEZA PARAÍBANA
PROPOSTA PARA RESGATE OU MUDANÇA DO NOME DA CAPITAL E DA BANDEIRA DA PARAÍBA
TEXTO DE
GERALDO G. LEITE
1. Introdução
O nome da Capital da Paraíba, ao longo de sua história, já mudou diversas vezes. Primeiramente, foi Nossa Senhora das Neves, em homenagem à santa do dia em que foi fundada a cidade: 5 de agosto de 1585; em seguida, Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em atenção ao rei da Espanha, D. Filipe II, quando Portugal estava sob o domínio daquele país. Depois, teve o nome de Frederikstadt (Frederica), em homenagem a Frederico Henrique, o Príncipe de Orange, por ocasião da conquista holandesa. Passou a chamar-se Parahyba, em 1º de fevereiro de 1654, no retorno ao domínio português. Finalmente, em 4 de setembro de 1930, passa a ser João Pessoa, como uma homenagem prestada ao Presidente (governador) do Estado.
Além dos diversos nomes que a Paraíba já teve, várias bandeiras foram oficializadas entre os séculos XVII e XIX, cujas configurações se encontram no ANEXO 1.
Segundo os proponentes das mudanças, tanto o nome da capital quanto a mudança da bandeira da Paraíba, estabelecidos em 1930, depois da morte do presidente João Pessoa, foi um pleito de honra do povo da Paraíba ao seu governante.
Mesmo concordando com as homenagens ao Presidente da Paraíba, alguns discordam da forma como elas foram feitas porque, com referência ao nome da Capital, ele é sui generis, por se tratar do nome completo de um homem.
Muita gente ainda resiste à ideia de resgate, ou mudança, do nome da Capital da Paraíba, mas através de uma campanha bem conduzida é possível quebrar essa resistência, pois, afinal de contas, estamos em um país onde há uma tendência generalizada às mudanças, que se perpetuam desde o período da colonização. O próprio País já teve diversas denominações. Várias bandeiras do Brasil já foram oficializadas. A moeda já teve uma infinidade de nomes. A Capital da República já foi sediada em duas regiões: Nordeste e Sudeste, transferindo-se finalmente para o Centro-Oeste.
O mesmo que aconteceu com o País, também acontece em nível das Unidades da Federação. Vale lembrar o quanto de nomes a Paraíba já teve.
Há muita gente dizendo que a Capital da Paraíba já mudou de nome diversas vezes e que é inócuo tentar, mais uma vez, outra mudança, e que em vez disso, dever-se-ia cuidar da assistência social e outros argumentos infindáveis.
É bom que se entenda que não se trata de mudança, mas de resgate do nome da Capital, pela sua maior legitimidade.
É bem provável que o presidente João Pessoa não aceitasse que a Capital da Paraíba tivesse seu nome, pois em duas ocasiões quiseram prestar-lhe homenagens, mas ele se recusou a aceitá-las porque era infenso a atos de agraciamentos, conforme está registrado no livro intitulado: João Pessoa – Uma Biografia, 3ª edição, de Fernando Melo, às páginas 47, 48 e 50.
A maior dificuldade para aceitação do resgate, ou mudança, do nome da Capital, se prende a um simples fato: todo agrupamento humano, para sua autoafirmação, procura eleger alguém que seja considerado como mártir, ou herói, por ter lutado por uma causa, ou por ter realizado, com grandes dificuldades, algo de muito importante. Outro fato de relevância é a resistência a mudanças inerente ao ser humano.
Em nível internacional, na condição de herói, pode-se citar George Washington que conduziu, vitoriosamente, a guerra de secessão dos Estados Unidos.
Em nível nacional, Getúlio Vargas, lutando contra forças internas e externas, procurou defender a autonomia política do Brasil. Além disso, ele cuidou substancialmente da assistência social.
Na Paraíba, João Pessoa é tido como mártir e herói. É mártir porque seu assassinato foi, para muitos, atribuído a causas políticas; e herói por não ter aceitado a indicação do nome de Júlio Prestes de Albuquerque à candidatura da Presidência da República, em sucessão ao presidente Washington Luís. Herói, também, por ter combatido o poder do coronelismo e o banditismo, no interior do Estado.
Ele teve sua atenção voltada para os problemas sociais, que tanto assolavam a Paraíba, naquela época e, por isso, é considerado o Grande Pai.
Essas ações e atitudes do presidente João Pessoa ficaram internalizadas no inconsciente da população, porque foram passadas de geração a geração, e se tornaram como princípios dogmáticos, que devem ser aceitos incondicionalmente, e não podem ser discutidos, ou quebrados. Por tudo isso, João Pessoa é tido como um ídolo para ser reverenciado para sempre.
Nomes para lugares, ou cidades, devem derivar de coisas ligadas, de preferência, à natureza, ou de fatos marcantes que as caracterizem, a exemplo dos Estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, cujas capitais têm os nomes de: Recife, por causa do grande número de arrecifes que lá se verificam; Maceió, pela ocorrência de vários maceiós nas proximidades da capital, e Aracaju (Aracaju, em tupy, significa caju dos papagaios) pela grande quantidade de cajueiros, nas praias próximas à capital sergipana.
Homenagens a personagens ilustres se dão, comumente, através da edificação de monumentos, fundação de museus e nomes de aeroportos.
O presidente John Kennedy, assassinado em Dallas, no Texas, tem um monumento e um museu em sua homenagem, naquela cidade; e o nome do aeroporto de Nova Iorque foi mudado para Aeroporto Internacional John Kennedy.
O presidente Juscelino Kubitschek, morto em um acidente automobilístico, é homenageado também com um memorial, constando de um monumento e um museu, no Eixo Monumental, em Brasília, próximo ao palácio do Governo do Distrito Federal. O nome do aeroporto também foi mudado, passando de Aeroporto Internacional de Brasília para Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.
Quanto ao presidente João Pessoa, que já tem um monumento em sua homenagem, e já se cogita da fundação de um museu com seus pertences, falta ainda o nome do aeroporto da Cidade ser mudado para Aeroporto João Pessoa, a exemplo dos casos citados.
Atualmente, o Movimento Paraíba Capital Parahyba e o Movimento Bandeira Viva propugnam pelo resgate do nome anterior da capital, Parahyba, e da bandeira verde e branca.
Com a possibilidade da volta do antigo nome da Capital bem como da bandeira anterior do Estado, ou mesmo com outra com símbolos representativos do Estado, pretende-se, antes de tudo, eliminar equívocos do passado, pois as mudanças se deram num clima de muita agitação e comoção da sociedade pela morte de João Pessoa, o que resultou numa falta de reflexão para bem delinear as mudanças, livres de paixão e de tendenciosidade.
Com relação à bandeira da Paraíba, muitas críticas são feitas por não terem sido respeitados os princípios e as normas da vexilologia em seu delineamento.
A vexilologia é a ciência que estabelece normas para o delineamento das bandeiras. A heráldica estuda os brasões.
2. Resgate do Nome Anterior da Capital
Parahyba
Justificativas: 1) Parahyba foi o nome da Capital do Estado por quase três séculos; 2) O Estado de São Paulo tem a capital com o mesmo nome do estado, São Paulo. A mesma situação verifica-se para o Estado do Rio de Janeiro, que tem a capital com o nome de Rio de Janeiro; 3) A palavra PARAÍBA provém do tupi: parauyúa, que é uma palavra indígena para designar uma árvore medicinal, com o nome científico de Simaruba parahyba.
3. Mudança com Outros Nomes
São Carlos
Justificativas: 1) São Carlos é o santo do dia 4 de novembro, que é a data em que foi colocada a pedra fundamental que deu origem à Cidade da Parahyba, após um pacto de paz firmado entre o índio Piragibe, cacique dos Tabajaras, e o Ouvidor Martim Leitão; 2) Dois estados têm capitais com nomes de santos: Maranhão, capital São Luís e São Paulo, capital São Paulo; 3) É um nome que provavelmente seria bem aceito, dado o sentimento religioso do povo paraibano pela sua formação cristã.
Costa do Sol
Justificativas: 1) Este nome é bem característico pelo fato de os raios solares, após o alvorecer, atingirem, com referência à América do Sul, primeiramente a costa paraibana; 2) É um nome conhecido dos habitantes da Capital, tendo em vista a criação de um polo turístico que era inicialmente assim denominado; 3) Ele incentivaria o turismo local, por evocar a existência de praias ensolaradas.
4. Jusificativas a favor da Mudança do Nome da
Capital
Dizem que um habitante da Capital ao dizer que é de João Pessoa, quando indagado de onde é, parece querer dizer que “pertence” a uma pessoa e não “ser originário” de um lugar.
Afirmam que não é muito bom personalizar nomes de lugares, porque lugar com nome de gente não prospera.
Qualquer que seja o nome dado à Capital da Paraíba, levando-se em conta que a costa paraibana é o ponto extremo mais oriental das Américas, e é onde o sol nasce primeiro, uma pessoa nascida na Capital poderia ser chamada de Heliopolitano(a), ou Solariano(a).
Em alguns estados do Brasil, os habitantes que nascem nas capitais são identificados por nomes que não são derivados dos nomes destas. Esses nomes provêm, geralmente, de nomes de tribos indígenas. Por exemplo, os nascidos em Natal, capital do Rio Grande do Norte, são chamados potiguares; em Vitória, capital do Espírito Santo, capixabas; na Cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado do Rio de Janeiro, cariocas. Por isso, considerando-se esses exemplos, os paraibanos nascidos na Capital da Paraíba seriam chamados de Heliopolitanos(as) (do grego) em razão da característica marcante da Capital relacionada ao sol; ou solarianos(as) (em português).
A palavra heliopoliano(a) é derivada de Heliópolis, que é a junção das palavras gregas, hélios (sol), e polis (cidade).
Alguns nomes sugeridos para a Capital da Paraíba, como Cabo Branco, Tambaú, Manaíra, etc. não cabem bem, pois
podem causar confusão. O nome da Capital sendo Cabo Branco, que é um referencial geográfico importante da Paraíba, poderia trazer duplo sentido, quando alguém dissesse: “Vou hoje ao Cabo Branco”, podendo se referir, ou ao ponto geográfico, ou à Capital, por isso, os nomes mais adequados, por descartar esse impasse são: Paraíba, São Carlos ou Costa do Sol.
5. Argumentos contra a Mudança do Nome da Capital
Muitas vozes se levantam contra a mudança do nome da Capital. Os argumentos mais comuns são:
i) Vai haver um custo muito alto para a população
porque deverá tirar novos documentos!
Justificativa:
Já houve casos recentes de mudança de nomes de estados e de capitais que não causaram a mudança de documentos pessoais dos habitantes: identidade e registro civil, como aconteceu no Estado de Goiás, que foi desmembrado para criação do Estado de Tocantins. As pessoas que nasceram na parte de Goiás que se tornou Tocantins continuaram com a cidadania goiana e não tiveram que trocar seus documentos, entretanto as pessoas que passaram a nascer no novo Estado de Tocantins, logicamente, têm cidadania tocantinense.
O mesmo fato aconteceu no desmembramento do Estado do Mato Grosso para a criação do Estado do Mato Grosso do Sul.
Quanto à Paraíba, na hipótese de que fosse necessária a renovação de documentos pessoais, mesmo para as pessoas de menor renda, não seria tão catastrófico, pois o custo para tirar esses documentos é bem razoável; pode-se tirá-los até mesmo gratuitamente.
ii) Porque mudar o nome da Capital que tem o nome
João Pessoa há mais de 70 anos?
Justificativa:
O nome Parahyba prevaleceu por quase três séculos, no entanto foi mudado!
iii) Porque gastar tanto com a mudança do nome
da Capital se há prioridades que deve atendidas
especialmente na área da assistência social
(educação, saúde, etc.)?
Justificativa:
O custo com a mudança do nome da Capital não vai chegar às raias da exorbitância, como muitos imaginam, pois o Brasil já tem muitas experiências nesse sentido e que foram exequíveis dentro da normalidade. A mudança não vai, certamente, acarretar prejuízos à assistência social porque nenhum recurso dela vai ser destinado ao processo de mudança do nome da Capital, porque o custo para este fim vai sair, provavelmente, de outras fontes.
iv) Pode trazer confusão, pois o nome do Estado já é
Paraíba!
Justificativa:
Há, no Brasil, capitais que têm os mesmos nomes dos estados: Rio de Janeiro e São Paulo.
v) O nome Paraíba é discriminado em algumas
partes do País, e com o nome Parahyba para a
Capital seria discriminar duplamente!
Justificativa:
A discriminação é inerente à natureza humana. Devemos aceitá-la como ela é. Sigamos em frente.
vi) O nome Paraíba é muito feio, por isso até
mesmo o nome do Estado deve ser mudado!
Justificativa:
É um ponto de vista dos que não valorizam as suas raízes, suas origens.
vii) Voltar o nome Parahyba para a Capital é
retroceder a 1930.
Justificativa:
A volta do nome Parahyba significa o resgate do nome mais representativo para a Capital Paraibana.
6. Bandeira da Paraíba
No ANEXO 2, encontra-se a bandeira da Paraíba, também conhecida como a bandeira rubro-negra ou a bandeira do NEGO. Ela foi oficializada trinta e cinco anos depois da morte do presidente João Pessoa, no período de governo do governador Pedro Moreno Gondim, através do Decreto nº 3.919, de 26 de julho de 1965.
A bandeira da Paraíba foge a todas as normas da vexilologia.
a) Ela tem a palavra “NEGO”
Nenhuma bandeira deve conter palavras ou frases.
Palavras e frases são admitidas, apenas, quando elas são partes
integrantes de um brasão.
Mesmo se fossem permitidas palavras ou frases em
bandeiras, a palavra colocada na bandeira da Paraíba tem sentido vago, porque se trata da primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo negar, que é transitivo direto, e por isso requer um complemento para completar seu sentido. Nego o que? Quem nega, nega alguma coisa! Por causa da falta de um complemento, muita gente indaga: o que a palavra “NEGO”, na bandeira da Paraíba, significa realmente?
b) As cores preta e vermelha se encontram ligadas
Numa bandeira, conforme as convenções da heráldica, uma cor não pode estar ligada ou superposta à outra. As cores devem ser separadas, ou pelo amarelo, ou pelo branco. O amarelo e o branco são definidos, pela heráldica, como metais: ouro e prata, respectivamente.
c) A bandeira da Paraíba não Caracteriza o Estado
Diferentemente de outras bandeiras, os símbolos constantes na bandeira da Paraíba evocam unicamente fatos históricos referentes ao presidente João Pessoa. As cores simbolizam: o vermelho seu sangue derramado, o preto o luto pela sua morte e o branco a paz. A palavra NEGO simboliza sua decisão de não cumprir determinação do Presidente Federal, da época.
Apesar de todos os argumentos, em favor das mudanças,
muitas vozes se levantam, posicionando-se contra.
As bandeiras devem conter símbolos que se refiram às peculiaridades marcantes dos países, dos estados e dos municípios, de preferência as que estejam ligadas à natureza, à economia, aos costumes, as tradições, à religião, ao sentimento de patriotismo, etc.
7. Bandeiras dos Estados do Nordeste
No ANEXO 3, de todas as bandeiras dos Estados do Nordeste, as únicas que evocam somente fatos históricos são a da Paraíba e a da Bahia.
Bandeira do Maranhão: A estrela branca, no canto superior esquerdo do retângulo azul, simboliza o estado como integrante da federação. O azul do retângulo representa o céu. As listras horizontais em três cores representam a fusão racial que deu origem à etnia do país: o vermelho – povo indígena; o branco – povo português e o preto – povo africano.
Bandeira do Piauí: A estrela branca e o retângulo azul têm a mesma simbologia que na bandeira do Maranhão. As cores da bandeira (verde, amarelo, azul e branco) representam a integração do estado ao Brasil. As listras verdes e amarelas representam: o verde a esperança e o amarelo as riquezas minerais do estado. A inscrição dentro do retângulo azul “13 DE MARÇO DE 1823” refere-se à batalha do Jenipapo.
Bandeira do Ceará: No brasão, o farol representa a capital, Fortaleza; a jangada, a pesca; a carnaubeira, o extrativismo vegetal. O verde retrata as matas e o amarelo as riquezas minerais.
Bandeira do Rio Grande do Norte: No brasão, o coqueiro, a carnaubeira, a cana-de-açúcar e o algodão representam os produtos agrícolas principais. O mar evoca a fonte do sal que é um dos principais produtos do estado e a jangada representa a pesca.
Bandeira da Paraíba: Caracteriza-se pelas cores preta e vermelha e pela palavra NEGO. O significado da simbologia das cores e da palavra NEGO foram comentados anteriormente.
Bandeira de Pernambuco: A estrela amarela no retângulo azul representa a capital, Recife. A cruz vermelha evoca a introdução do cristianismo no Brasil, com a primeira missa celebrada em solo brasileiro. A cor azul simboliza a grandeza do céu em Pernambuco e o branco a paz. O amarelo, o verde e o vermelho do arco-íris representam a união de todos os pernambucanos.
Bandeira de Alagoas: A estrela de prata, no alto do escudo, como timbre, tem como significado o hino de Alagoas que define o estado como uma “estrela radiosa que reluz ao sorrir das manhãs...”. O brasão simboliza as primeiras cidades alagoanas: Vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro), Porto Calvo e Penedo. Os ornamentos do brasão simbolizam as riquezas agrícolas do estado: a cana-de-açúcar, as culturas do coqueiro e do algodão. Ainda no brasão, os três peixes tainhas postas em pala, isto é, uma por sobre a outra, representam as três principais e maiores lagoas: a Lagoa Mundaú, a Lagoa Manguaba e a Lagoa de Jequiá para simbolizar uma das maiores riquezas do estado: a pesca.
As cores das faixas, o vermelho, o branco e o azul, simbolizam os ideais da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Bandeira de Sergipe: As cinco estrelas simbolizam os cinco principais rios do estado: Sergipe, Vaza-Barrís, São Francisco, Poxim e Cotinguiba. As cores representam a integração do estado ao Brasil.
Bandeira da Bahia: A bandeira da Bahia tem forte inspiração na bandeira dos Estados Unidos no que diz respeito às cores das listras: vermelho e branco. No canto superior esquerdo, um triângulo branco, que é um símbolo maçônico, repousa sobre um quadrado azul. Esses símbolos recordam a bandeira dos conjurados mineiros. O azul, o vermelho e o branco já tinham sido símbolos dos revoltosos de 1798, na conhecida Revolta dos Alfaiates.
No ANEXO 4, a bandeira anterior da Paraíba é constituída de cinco faixas verdes e quatro faixas brancas que se alternam. Ela ostenta um círculo amarelo, no interior do qual, vislumbra-se um escudo com borda azul, contendo 16 estrelas brancas. No interior do escudo, a data 5 de agosto de 1585 é evidenciada. Acima do escudo vislumbra-se um barrete frígio, símbolo da República, no interior de uma estrela maior.
8. Bandeira Anterior da Paraíba
A bandeira anterior da Paraíba foi extinta pela Lei nº. 553, de 7 de novembro de 1922, por causa de um movimento surgido no Paraná que propugnava pela supressão das bandeiras estaduais. O Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba – IHGP adotou-a para utilização em suas sessões, e por isso questiona-se da possibilidade da bandeira anterior voltar a ser a bandeira da Paraíba.
A bandeira anterior da Paraíba tem apenas uma restrição: ela ostenta um escudo onde se evidencia a data de 5 de agosto de 1585, em vez do brasão do Estado, onde se evidencia também esta data. O brasão do Estado da Paraíba contém símbolos importantes que caracterizam a Paraíba em vários aspectos, notadamente, no que se refere aos aspectos geográficos e à atividade agrícola e pecuária.
No conjunto de bandeiras estaduais, a única que ostenta um escudo em vez de um brasão (ANEXO 4) é a bandeira anterior da Paraíba.
9. Modelos de Bandeiras nas Cores Verde e Branca
No ANEXO 5, seis Modelos de bandeiras nas cores verde e branca são apresentados. Nos Modelos 1, 2 e 3 o escudo da bandeira anterior da Paraíba, no círculo amarelo, foi substituído pelo brasão do Estado, conforme determinação da vexilologia.
10. Metodologia Usada no Delineamento dos
Modelos de Bandeiras
Para obtenção das medidas das larguras de todos os modelos de bandeira, conhecidos os respectivos comprimentos, foram utilizados os Módulos 14 e 20, do Inmetro, para confecção de bandeiras, e a fórmula:
largura = 14xcomprimento:2
Os Modelos 1, 4, 5 e 6 foram delineados com o arcabouço da bandeira anterior. O comprimento de todos os Modelos é de 13 cm e a largura tem 9cm.
Para o Modelo 2 ficou estabelecido que o comprimento do retângulo verde é duas vezes o comprimento do retângulo branco. Como o retângulo branco tem o comprimento de 5cm, resultou para o retângulo verde o comprimento de 10cm. O comprimento total é, portanto, de 15cm. Como o comprimento é de 15cm, a largura ficou com 10,5cm. O círculo amarelo, com o brasão do Estado, ficou sobre o retângulo verde, e sobre o retângulo branco, a configuração do Cruzeiro do Sul. Vale salientar que a configuração do Cruzeiro do Sul encontra-se na bandeira do Brasil e na bandeira do Estado do Paraná.
O Modelo 3 consiste de dois triângulos retângulos opostos e, portanto, com as mesmas medidas; um na cor verde e o outro na cor branca. Considerando-se o triângulo na cor branca com o cateto maior medindo 16cm, que corresponde ao comprimento da bandeira, a largura, que corresponde, ao cateto menor, mede 11,3cm. O círculo amarelo com o brasão se faz presente no triângulo verde e no triângulo branco, a constelação do Cruzeiro do Sul.
Nos Modelos 4, 5 e 6, as dimensões estabelecidas para o retângulo azul, no canto superior esquerdo são 6cm de comprimento e 5cm de largura.
O Modelo 4 tem a configuração do sol, na metade azul claro, e na metade azul escuro, a constelação do Cruzeiro do Sul.
No Modelo 5, uma cruz amarela com uma estrela azul escuro está sobre um retângulo azul claro. As duas hastes da cruz têm as mesmas espessuras que as faixas verdes e brancas da bandeira.
O Modelo 6 ostenta a configuração do mapa da Paraíba na cor amarela, e quatro estrelas brancas em cada canto do retângulo. Vale esclarecer que na bandeira do Estado de São Paulo a configuração do mapa do Brasil se faz presente.
11. Interpretação dos Significados dos Símbolos
e das Cores
O círculo amarelo dos Modelos 1, 2 e 3 simboliza a eternidade que retrata o próprio Estado da Paraíba. O brasão representa o Governo do Estado, constituído pelos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. No brasão, a configuração do sol caracteriza a Capital Paraibana, pelas razões já expostas. As estrelas azuis, contidas na borda branca do escudo, simbolizam a divisão administrativa do Estado em municípios. Acima do escudo destaca-se uma estrela maior, com um círculo no centro, onde se vê um barrete frígio. Essa estrela, em destaque, representa a Capital da Paraíba. A pecuária é retratada através de um rebanho, e o trabalho é representado pela figura de um homem que pastoreia esse rebanho. A agricultura é simbolizada pelas ramagens da cana-de-açúcar e do algodão, os quais representam as culturas tradicionais do Estado. Enfim, vêm-se as duas ramagens presas por um laço formado de uma faixa vermelha, na qual se encontra inscrito: 5 de agosto de 1585, data presumível da fundação da Cidade da Paraíba e da criação do Estado.
Nos Modelos 2, 3 e 4, a constelação do Cruzeiro do Sul caracteriza a Paraíba por ela se situar no hemisfério sul, bem abaixo da linha do equador.
Nos Modelos 4 e 5, o retângulo azul representa o Estado da Paraíba.
No Modelo 5, a cruz amarela simboliza o sentimento religioso do povo paraibano e estrela azul escuro, sobre a cruz, representa a Capital.
No Modelo 6, a representação da Paraíba evidencia-se pela configuração do mapa do Estado no retângulo azul escuro. As estrelas brancas em cada canto do retângulo representam os Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Eclesiástico.
As cores em todos os Modelos simbolizam: o verde, as matas; o amarelo, o sol, a vida, a força, e a energia; o azul, o céu e a justiça; e o branco, a paz. A cruz, no Modelo 5, simboliza a fé religiosa manifestada pelo povo paraibano. A ligação das cores verde e branca, em todos os Modelos, simboliza a união de todos os paraibanos.
12. Conclusão
Quanto à Capital, justifica-se a mudança do nome, tendo em vista que:
1) A mudança do nome da Capital se deu em decorrência de um acontecimento trágico, que está ligado a sangue e luto: o assassinato do Presidente do Estado;
2) É necessário efetuar correções cabíveis tendo em vista os equívocos cometidos nas mudanças que foram feitas;
3) Lugares, ou cidades, com nomes de pessoas, segundo dizem, não prosperam;
4) Nomes para lugares devem derivar de coisas ligadas, de preferência, à natureza, ou a alguma característica marcante;
5) O Artigo 82, da constituição do Estado da Paraíba, dispõe da realização de uma consulta plebiscitária para determinação do nome da Capital; e
6) O presidente João Pessoa nunca aceitou homenagens à sua pessoa, recusando-as em duas ocasiões.
Quanto à bandeira, para se evitarem erros e incoerências, é bom salientar que novos modelos podem ser delineados, contanto que estejam de conformidade com as normas estabelecidas pela heráldica e pela vexilologia.
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